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Mostrando postagens de março 14, 2017

Casadas com o trabalho sujo dos escritores

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Por Lorena G. Maldonado  Véra e Nabokov Há um poema de Esther Morillas chamado “Os longos silêncios” que retrata, cheio de doçura e sátira, a vida de uma mulher casada com um escritor: “Não fala comigo toda a manhã, / mas não está enraivado: / meu noivo é escritor, / e quando lê ou escreve ou não faz nada / é que está trabalhando. / Trabalha todo o dia: os escritores são gente contumaz / cheios de pensamentos. / Lembra de mim, digo, / quando o deixo só. / Eu sei que pensa em mim sem se dar conta”. Sim, não é fácil conviver com alguém que leva dentro de si a chama da escrita. Não é fácil lidar – dentro ou fora de casa – em carne e pensamento com o processo criativo de outro: a frustração, as manias, as horas mortas olhando para a parede... Anos inteiros em busca da frase perfeita, interessado na personagem preferida. Às companheiras de escritores sempre se pede mais que paciência para que seus companheiros possam criar; também têm sido suas secretárias, suas editoras,