A resistência, de Julián Fuks
Por Pedro Fernandes Uma história que se insinua. Isto é A resistência , o terceiro livro de Julián Fuks. Antes vieram Procura do romance e Histórias de literatura e cegueira . Neste, o narrador se veste do interesse de contar a história de um irmão adotivo, figura em torno da qual se constrói toda uma sorte de resistências em tornar pública sua história a começar pelo zelo quase sagrado de tratá-lo por essa condição. “Meu irmão é adotado, mas não posso e não quero dizer que meu irmão é adotado” – assim inicia a narrativa. E a não-revelação sobre a história deste irmão servirá de força motriz para uma investigação silenciosa e diferente sobre o passado. Até aqui, a ideia se aproxima e se confunde com a proposta por Chico Buarque na composição de O irmão alemão , romance nascido de uma investigação do escritor em torno um irmão bastardo com o qual não teve contato. Ou de Todos os nomes , de José Saramago cuja existência se deve às investigações do escritor português em