Duas novelas de Junichiro Tanizaki
Por Pedro Fernandes Há na literatura oriental, ao menos nas obras de escritores como Junichiro Tanizaki, algo caro à literatura ocidental, sobretudo, as marcadas pelo experimentalismo que é um zelo agudo com a palavra e outra relação com a dimensão temporal – esta última, a grande rival dos leitores ávidos pela ação desbragada. Essa percepção comum e, logo, não característica de Tanizaki é aqui retomada, porque é um aviso aos leitores mais afoitos e desinteressados da contemplação: dificilmente um livro dessa literatura será bem-quisto se antes o leitor a costumado à literatura ocidental não se desapegar da maneira como se relaciona com a leitura. Aos que se aventurarem nesse esforço, uma garantia: nunca lerão da mesma maneira mesmo os livros da literatura ocidental. O desenvolvimento detalhado das situações e o esgarçamento do tempo são alguns dos elementos que nos permitem manter outra relação com o texto, que é a de observação do mínimo detalhe capaz de introduzir