Yves Bonnefoy
Por Álex Vicente Yves Bonnefoy terminou baixando a cabeça para essa “morte que diz não a toda metáfora”, como escreveu num de seus versos mais enigmáticos. O grande poeta francês, além de ensaísta e crítico de arte, professor universitário, tradutor de William Shakespeare e eterno candidato ao Prêmio Nobel de Literatura, morreu em Paris aos 93 anos no dia 1º de julho de 2016. Ficou para trás uma vida dedicada à linguagem poética que considerava um instrumento com o qual buscava iluminar a penumbra. Para Bonnefoy, a poesia era uma forma de “libertar as relações entre os homens dos prejuízos, ideologias e ilusões que os empobrecem”. Autor de um conjunto de obras traduzidas para trinta línguas, Bonnefoy propôs uma poesia ligada à realidade, que desconfiava de abstrações, conceitualismos e dogmas que havia visto fracassar. Temia pela desaparição de uma arte que considerava inerente à experiência de existir e acreditava que, se acontecesse, a própria sociedade sucumbir