Boletim Letras 360º #245
Muito próximos de atravessar a porteira dos dez para os onze anos online, temos notícias. Os que acompanham este blog desde há muito (e leram nosso histórico) sabem que é a porta de entrada para um amplo território de ideias que aqui nasceram e estão livres na web, fazendo história. Uma das iniciativas nascidas daqui (e sempre com o intuito de chegar a mais leitores e da melhor maneira possível) foi o Selo Letras in.verso e re.verso. Era 2010, e o que primeiro editamos foi um catálogo (muito primitivo — as limitações sempre foram diversas) com fotografias do autor de Ulysses, James Joyce. Revisitamos esta ideia do selo reiteradas vezes interessados em encontrar um nome mais breve que nos representasse e agora chegamos a uma possibilidade; não é muito criativa e é, possivelmente, uma saída um bocado técnica, mas com ela continuamos essa história. Saiba mais aqui. No mais, terão percebido os mais atentos que o endereço de morada é novo: estamos agora em blogletras.com. A entrada é nova, mas a casa ainda recebe seus visitantes pela trilha antiga e, claro, o conteúdo quer se manter com a mesma qualidade. Agora, passemos às notícias copiadas durante a semana na página do blog no Facebook.
Edgar Brasil e Mário Peixoto. Os criadores de Limite, filme icônico na história da cinematografia brasileira. Mário Peixoto é o homenageado de uma edição que reúne ensaios e inéditos do criador brasileiro que foi também romancista e poeta. Mais detalhes ao longo deste Boletim. |
Segunda-feira,
13/01
>>> Brasil: Mia Couto
finaliza a trilogia "As areias do imperador"
Chega às livrarias em março de 2018 o último volume da trilogia "As areias do imperador" (Companhia das Letras), de Mia Couto. O título O bebedor de horizontes conclui a história de amor ambientada nos últimos dias do Império de Gaza, liderado por Ngungunhane no sul de Moçambique. Mia, aliás, vem ao Brasil em novembro para uma série de eventos — como uma nova leitura de poesias ao lado de Maria Bethânia e José Eduardo Agualusa em São Paulo. A informação é de Lauro Jardim d'O Globo.
>>> Brasil: Obra importante de Dalton Trevisan é reeditada e traz texto inédito
O vampiro de Curitiba que deu ao Trevisan o apelido que desde então o define sai pela Editora Record. Assim como um vampiro é capaz de tudo em sua busca pela satisfação do sangue, os personagens dos contos que compõem esta antologia buscam, sem culpa, pudor ou censura, o prazer a qualquer custo. Considerado uma obra-prima do autor, este livro traz Dalton Trevisan em sua forma mais clássica: objetivo, conciso, minimalista e afeito a referências literárias de toda sorte, levando sua mistura de ironia e pessimismo aos extremos mais chocantes e repulsivos da degradação humana. O inédito que agora se apresenta é o conto "A velha querida". Dalton Trevisan foi o ganhador do Prêmio Camões em 2012.
Terça-feira, 14/11
>>> Brasil: Reunião dos últimos sete livros de poesia do autor, em edição bilíngue, a tradução de Josely Vianna Baptista é reeditada
Há muito fora de catálogo, mas a Companhia das Letras publicou nova tiragem de Poesia; esta é uma antologia da maturidade Borges: reúne sete livros de poesia do mestre argentino publicados entre os anos anos 1969 e 1985: Elogio da sombra, O ouro dos tigres, A rosa profunda, A moeda de ferro, História da noite, A cifra e Os conjurados — uma sutil música de câmara confidencia os sentimentos mais íntimos na forma contida, límpida e exata das surpresas tranquilas.
Quarta-feira, 15/11
>>> Brasil: Nova edição da tradução de Álvaro Faleiros para Um lance de dados, de Mallarmé
Este é, nas palavras de Júlio Castañon Guimarães um "trabalho acurado e competente, como exige a dificuldade do poema, propõe como primeira meta o acesso em português ao texto de Mallarmé. Para o crítico, Álvaro Faleiros, entretanto, "estabelece profícuo diálogo com o universo dos trabalhos consagrados ao poema, em que se inclui de modo especial a tradução precedente, realizada por Haroldo de Campos na década de 1970, um marco na apresentação de Mallarmé aos leitores brasileiros. Assim, a tradução realizada por Álvaro Faleiros implica (não apenas no texto em que comenta e esclarece seu trabalho, mas no próprio exercício de traduzir) uma bem-vinda e oportuna renovação e retomada da discussão sobre a constituição e as consequências desse poema, quando desse modo a atividade de tradução se revela também como leitura, interpretação, crítica, criação.
Quinta-feira, 16/11
>>> Brasil: Esta online a edição #14 da Revista 7faces com homenagem ao criador brasileiro Mário Peixoto e poemas de nomes como o do português José Luís Peixoto
Além de fotografias, reproduções de poemas, manuscritos, inéditos, a edição traz ensaios sobre o trabalho artístico literário de Mário Peixoto escritos por Geraldo Blay Roizman, Ciro Inácio Marcondes, Saulo Pereira de Mello, Roberta Gnattali e o cineasta Joel Pizzini. Esta edição organizada por Filippi Fernandes, Pedro Fernandes e Cesar Kiraly foi apresentada nos dias 13 e 14 durante o evento Mário Peixoto. A poesia que reside nas coisas. Somam-se as vozes de poetas de várias partes do Brasil, Portugal e México que enviaram seus trabalhos para compor esta edição,entre eles José Luís Peixoto e Chary Gumeta (poeta mexicana traduzida por Pedro Fernandes). Ao número, os organizadores prepararam um catálogo com farto material de espólio e textos da obra de Mário Peixoto. A revista é eletrônica e gratuita; acessível através deste site.
Sexta-feira, 17/11
>>> Brasil: Uma nova edição para Júlio César, de William Shakespeare
Sai pela Penguin / Companhia das Letras. Esta peça foi escrita e encenada pela primeira vez em 1599 e é a mais famosa das tragédias romanas de Shakespeare e uma das obras que tiveram melhor acolhida durante a vida do dramaturgo. Ao recriar a morte do grande ditador no Senado, a peça oferece algumas das melhores cenas da literatura, como o ardiloso discurso de Antônio incitando a plebe à revolta e a briga e reconciliação de Cássio e Bruto diante da notícia da morte de Pórcia, esposa do traidor. Cuidadosamente traduzida e anotada pelo premiado José Francisco Botelho, esta edição conta ainda com um prefácio de Harold Bloom em que o crítico estadunidense joga luz sobre a personagem de Bruto, considerada por ele o primeiro intelectual shakespeariano.
>>> Brasil: Uma antologia explosiva
Motivos para se indignar. Desigualdade social, racismo, machismo, incontáveis modalidades de opressão e intolerância: quase tudo talvez se resuma à incapacidade — ou seria falta de vontade — de enxergar o outro. 50 poemas de revolta formam uma seleta que por vezes revelam uma ponta de esperança; outras vezes, mergulhados em desgosto, levam o desânimo e a apatia às últimas consequências. De Mário de Andrade a Adelaide Ivánova, de Francisco Alvim a Hilda Hilst, a antologia reúne poemas brasileiros clássicos e contemporâneos que denunciam, cada um a seu modo, os tempos sombrios em que vivemos. Canônicos e novíssimos, os poetas abordam questões assombrosamente atuais e contundentes, mesmo quando parecem tratar de um passado distante.
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