Boletim Letras 360º #248
Muito próximos de atravessar a porteira dos dez para os onze anos online, temos notícias. Os que acompanham este blog desde há muito (e leram nosso histórico) sabem que é a porta de entrada para um amplo território de ideias que aqui nasceram e estão livres na web, fazendo história. Uma das iniciativas nascidas daqui (e sempre com o intuito de chegar a mais leitores e da melhor maneira possível) foi o Selo Letras in.verso e re.verso. Era 2010, e o que primeiro editamos foi um catálogo (muito primitivo — as limitações sempre foram diversas) com fotografias do autor de Ulysses, James Joyce. Revisitamos esta ideia do selo reiteradas vezes interessados em encontrar um nome mais breve que nos representasse e agora chegamos a uma possibilidade; não é muito criativa e é, possivelmente, uma saída um bocado técnica, mas com ela continuamos essa história. Saiba mais aqui. No mais, terão percebido os mais atentos que o endereço de morada é novo: estamos agora em blogletras.com. A entrada é nova, mas a casa ainda recebe seus visitantes pela trilha antiga e, claro, o conteúdo quer se manter com a mesma qualidade. Agora, passemos às notícias copiadas durante a semana na página do blog no Facebook.
Edgar Brasil e Mário Peixoto. Os criadores de Limite, filme icônico na história da cinematografia brasileira. Mário Peixoto é o homenageado de uma edição que reúne ensaios e inéditos do criador brasileiro que foi também romancista e poeta. Mais detalhes ao longo deste Boletim. |
Segunda-feira,
13/01
>>> Brasil: Mia Couto
finaliza a trilogia "As areias do imperador"
Chega às
livrarias em março de 2018 o último volume da trilogia "As areias do
imperador" (Companhia das
Letras), de Mia Couto. O título O bebedor de horizontes conclui
a história de amor ambientada nos últimos dias do Império de Gaza, liderado por
Ngungunhane no sul de Moçambique. Mia, aliás, vem ao Brasil em novembro para
uma série de eventos — como uma nova leitura de poesias ao lado de Maria Bethânia
e José Eduardo Agualusa em São Paulo. A informação é de Lauro Jardim d'O Globo.
>>> Brasil: Obra
importante de Dalton Trevisan é reeditada e traz texto inédito
O
vampiro de Curitiba que deu ao Trevisan o apelido que desde então o
define sai pela Editora Record. Assim como um vampiro é capaz de tudo em sua
busca pela satisfação do sangue, os personagens dos contos que compõem esta
antologia buscam, sem culpa, pudor ou censura, o prazer a qualquer custo.
Considerado uma obra-prima do autor, este livro traz Dalton Trevisan em sua
forma mais clássica: objetivo, conciso, minimalista e afeito a referências
literárias de toda sorte, levando sua mistura de ironia e pessimismo aos
extremos mais chocantes e repulsivos da degradação humana. O inédito que agora
se apresenta é o conto "A velha querida". Dalton Trevisan foi o
ganhador do Prêmio Camões em 2012.
Terça-feira,
14/11
>>> Brasil: Reunião dos
últimos sete livros de poesia do autor, em edição bilíngue, a tradução de
Josely Vianna Baptista é reeditada
Há muito
fora de catálogo, mas a Companhia das
Letras publicou nova tiragem de Poesia; esta é uma
antologia da maturidade Borges: reúne sete livros de poesia do mestre argentino
publicados entre os anos anos 1969 e 1985: Elogio da sombra, O ouro dos tigres, A rosa profunda, A moeda de
ferro, História da noite, A cifra e Os
conjurados — uma sutil música de câmara confidencia os sentimentos mais
íntimos na forma contida, límpida e exata das surpresas tranquilas.
Quarta-feira,
15/11
>>> Brasil: Nova edição
da tradução de Álvaro Faleiros para Um lance de dados, de Mallarmé
Este é, nas
palavras de Júlio Castañon Guimarães um "trabalho acurado e competente,
como exige a dificuldade do poema, propõe como primeira meta o acesso em
português ao texto de Mallarmé. Para o crítico, Álvaro Faleiros, entretanto,
"estabelece profícuo diálogo com o universo dos trabalhos consagrados ao
poema, em que se inclui de modo especial a tradução precedente, realizada por Haroldo
de Campos na década de 1970, um marco na apresentação de Mallarmé aos leitores
brasileiros. Assim, a tradução realizada por Álvaro Faleiros implica (não
apenas no texto em que comenta e esclarece seu trabalho, mas no próprio
exercício de traduzir) uma bem-vinda e oportuna renovação e retomada da
discussão sobre a constituição e as consequências desse poema, quando desse
modo a atividade de tradução se revela também como leitura, interpretação,
crítica, criação.
Quinta-feira,
16/11
>>> Brasil: Esta online
a edição #14 da Revista 7faces com homenagem ao criador brasileiro Mário
Peixoto e poemas de nomes como o do português José Luís Peixoto
Além de
fotografias, reproduções de poemas, manuscritos, inéditos, a edição traz
ensaios sobre o trabalho artístico literário de Mário Peixoto escritos por
Geraldo Blay Roizman, Ciro Inácio Marcondes, Saulo Pereira de Mello, Roberta
Gnattali e o cineasta Joel Pizzini. Esta edição organizada por Filippi
Fernandes, Pedro Fernandes e Cesar Kiraly foi apresentada nos dias 13 e 14
durante o evento Mário Peixoto. A poesia que reside nas coisas. Somam-se as vozes de poetas de
várias partes do Brasil, Portugal e México que enviaram seus trabalhos para
compor esta edição,entre eles José Luís Peixoto e Chary Gumeta (poeta mexicana
traduzida por Pedro Fernandes). Ao número, os organizadores prepararam um
catálogo com farto material de espólio e textos da obra de Mário Peixoto. A revista é
eletrônica e gratuita; acessível através deste site.
Sexta-feira,
17/11
>>> Brasil: Uma nova
edição para Júlio César, de William Shakespeare
Sai pela
Penguin / Companhia das
Letras. Esta peça foi escrita e encenada pela primeira vez em 1599 e é a
mais famosa das tragédias romanas de Shakespeare e uma das obras que tiveram
melhor acolhida durante a vida do dramaturgo. Ao recriar a morte do grande
ditador no Senado, a peça oferece algumas das melhores cenas da literatura,
como o ardiloso discurso de Antônio incitando a plebe à revolta e a briga e
reconciliação de Cássio e Bruto diante da notícia da morte de Pórcia, esposa do
traidor. Cuidadosamente traduzida e anotada pelo premiado José Francisco
Botelho, esta edição conta ainda com um prefácio de Harold Bloom em que o
crítico estadunidense joga luz sobre a personagem de Bruto, considerada por ele
o primeiro intelectual shakespeariano.
>>> Brasil: Uma
antologia explosiva
Motivos para
se indignar. Desigualdade social, racismo, machismo, incontáveis modalidades de
opressão e intolerância: quase tudo talvez se resuma à incapacidade — ou seria
falta de vontade — de enxergar o outro. 50 poemas de revolta formam
uma seleta que por vezes revelam uma ponta de esperança; outras vezes,
mergulhados em desgosto, levam o desânimo e a apatia às últimas consequências.
De Mário de Andrade a Adelaide Ivánova, de Francisco Alvim a Hilda Hilst, a
antologia reúne poemas brasileiros clássicos e contemporâneos que denunciam,
cada um a seu modo, os tempos sombrios em que vivemos. Canônicos e novíssimos,
os poetas abordam questões assombrosamente atuais e contundentes, mesmo quando
parecem tratar de um passado distante.
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