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Mostrando postagens de setembro, 2017

Boletim Letras 360º #238

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Na postagem 469 do Instagram do Letras oferecemos aos nossos leitores a opção de escolher dois títulos para integrar parte da próxima promoção a ser realizada pelo blog. Esperamos sua opinião. E em breve apresentamos a novidade no âmbito dos nossos 10 anos. Fique atento! O boom Margaret Atwood. A escritora canadense alcança o auge com a expressiva expansão da sua obra para a TV e a redescoberta de seus livros. No Brasil, depois de O conto da aia  é reeditado Vulgo Grace. Segunda-feira, 25/09 >>> Brasil: Reedição de Vulgo Grace , de Margaret Atwood Embalada pelo estrondoso sucesso de O conto da aia  (adaptado recentemente como um seriado), a Editora Rocco, amplia o gosto dos leitores que redescobrem a obra de Margaret Atwood com a reedição de Vulgo Grace . A obra também ganhará adaptação como série para TV. O romance foi escrito partir de um caso real ocorrido no Canadá na década de 1840 e conta a trajetória de Grace Marks, uma criada condenada à prisão perpé

O conto da aia, o pesadelo de ser mulher numa teocracia

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Por Emilio de Gorgot Alguma vez teremos imaginado como seria viver sob o jugo de uma teocracia ensandecida? Pois se não sabe ao certo qual série ver a seguir eis The Handmaid’s Tale ( O conto da aia ); é a adaptação realizada por Hulu e MGM Televison¹ de uma obra publicada nos anos oitenta pela respeitadíssima escritora Margaret Atwood (ganhadora, entre outros vários prêmios, do Príncipe de Astúrias de Letras). Para vê-la, melhor escolher um dia bonito e quando estiver com as defesas altas, porque a história que conta, embora fictícia, é temerosa. A narrativa descreve um futuro distópico em que os Estados Unidos, depois de sofrer uma série de calamidades ambientais, caiu numa ditadura que arrastou toda a sociedade ao terrífico estado de autoritarismo puritano, em que cada âmbito da vida é regido por uma interpretação insana da Bíblia. Uma epidemia de infertilidade tornou poucas mulheres capazes de conceber bebês em “aias”, uma classe social especificamente adestrada p

Múltipla escolha, de Alejandro Zambra

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Por Pedro Fernandes Ao falar sobre avaliação que dava acesso à universidade no Chile, o narrador de um dos textos que compõem Múltipla escolha diz que esta era produto de sistema educacional falido; bastava ao estudante “entrar no jogo e adivinhar a pegadinha”. Esta observação recupera a natureza do livro de Alejandro Zambra, uma dentre as experiências literárias mais radicais das criações deste início de século. Este livro é uma encenação da falibilidade da literatura numa era quando à forma e à estrutura não escapam outras alternativas de reinvenção. Marcado pelo discurso fatalista da impossibilidade da narrativa, discurso aliás do qual seguramente o escritor trata de zombar, é uma obra construída como provocação à ordem. Uma ode ao caos e a variabilidade das formas e estruturas estéticas e sociais. O escritor chileno se apropria de uma estrutura não-literária, um certame objetivo muito em voga no seu país até meados do início deste século – no Brasil, esta avaliaçã

Rodin, de Jacques Doillon

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Por Pedro Fernandes Rodin é uma das figuras mais importantes da arte moderna. De formação clássica e contra esta não ensaiou quaisquer movimentos de rebeldia político-estética, como foi comum a muitos artistas modernistas de seu tempo, preferiu demonstrar a virulência do gênero através da construção de uma obra se tornou revolucionária. Que o escultor francês seja uma referência, uma das mais importantes figuras das artes no entre-séculos XIX e XX, gênio marcado pela sensibilidade inscrita num trabalho que é a um só tempo uma ousada releitura dos temas tradicionais das artes clássicas e uma alegoria celebrativa do corpo ou da genialidade dos homens de seu tempo, ninguém duvidará. Agora, que sua biografia seja dotada dos grandes eventos dramáticos, comuns a quase todos os gênios criadores, é algo a se verificar e, uma das possibilidades, encontra-se no filme de Jacques Doillon. E a questão é, fora as implicações pelo reconhecimento, os arroubos temperamentais e os embat

Sierguéi Iessiênin, o último poeta da aldeia

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Por Jorge Teillier Uma tarde antes do Natal de 1925 um soturno viajante pedia alojamento no Hotel Angleterre de Leningrado. Durante três dias tranca-se no quarto e cai num estado de embriaguez. Finda por se afogar, não sem deixar escrito com seu próprio sangue um poema que termina dizendo: “Adeus amigo, sem mãos nem palavras / Não faças um sobrolho pensativo. / Se morrer, nesta vida, não é novo, / Tampouco há novidade em estar vivo!”*. Quem se mata aos trinta anos de idade deixando como testamento estas linhas é Sierguéi Iessiênin, considerado juntamente com Maiakóvski e Boris Pasternak o mais importante poeta russo-soviético, sendo os três considerados como destaca Sophie Laffitte “figuras mitológicas contra o fundo apocalíptico da Revolução”. A vida de Iessiênin começa como uma espécie de conto de fadas. Nasceu no centro da Rússia, na aldeia de Konstantinovo, próximo de Riazán. Filho de camponeses, seus pais o haviam destinado a ser professor primário, mas se

Cinco livros para conhecer a obra de William Faulkner

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O escritor estadunidense William Faulkner (1897-1962) é um dos autores principais da literatura do século XX. Foi muito mais valorizado como romancista na França que em seu próprio país, fascinação europeia que lhe facilitou a obtenção do Prêmio Nobel de Literatura em 1949. Tentou combater sem sucesso na Primeira Guerra Mundial e buscou se estabelecer como poeta (seu primeiro livro, O fauno de mármore , é de poemas), mas logo se veria absorvido por uma febril atividade como romancista.  Nativo do Mississipi, a monumental obra de Faulkner é sempre caracterizada como regionalista, embora se trate de um regionalismo marcado pela técnica moderna de escrever a James Joyce. Escritor do sul, sua literatura está marcada pelo trânsito dessa sociedade arcaica para uma sociedade moderna e por temas como os embates de classe e raça, o mundo rural, o atraso econômico e a violência. Para dar forma ao seu mundo literário inventou um condado imaginário, Yoknapatawpha. As obras desse ciclo s

Boletim Letras 360º #237

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Estamos online com uma nova edição do Boletim Letras 360º, ocasião para revermos quais foram as novidades compartilhadas durante a semana em nossa página no Facebook.  Segunda-feira, 18/09 >>> Brasil: Vem aí a obra de  Liudmila Petruchevskaia A partir de 2018, os leitores brasileiros poderão ter acesso à literatura de Petruchevskaia em português. A Companhia das Letras, informa a Folha, comprou os direitos de Era uma vez uma mulher que matou o filho da vizinha  (título provisório). Uma mulher dá por si a tapar um buraco a meio da noite numa floresta; uma família tranca-se no quarto de forma a combater uma estranha epidemia; um feiticeiro castiga duas belas bailarinas transformando-as numa grotesca performer circense; um coronel é avisado para que não levante o véu da face da sua falecida esposa; e um perturbado pai consegue ressuscitar a filha devorando corações humanos nos seus sonhos. São contos de humor negro, repletos de vinganças, mortes perturbantes