Boletim Letras 360º #212
Nesta semana o Letras sorteou um exemplar de A montanha mágica, um não, dois. E já enviamos os livros para os ganhadores. Muito em breve divulgaremos outros dois sorteios: um com a edição que reúne toda poesia de Hilda Hilst e outro com a edição que reúne todos os contos de Dostoiévski. No aniversário de 10 anos do blog queremos presentear nossos leitores com o melhor da literatura! E estamos apenas no começo!
João Gilberto Noll. O escritor morreu na quarta-feira, 29. |
Segunda-feira,
27/03
>>> Brasil: Edição
apresenta ensaios de Octavio Paz traduzidos pela primeira vez por aqui
São textos
que atestam a presença de grande precisão conceitual e da mais viva imaginação
poética na obra do escritor mexicano. "Poesia de solidão e poesia de
comunhão", de 1943, sobre os poetas São João da Cruz e Quevedo,
"Estrela de três pontas: o Surrealismo", de 1954, uma visão
particular sobre o legado desse movimento artístico e "A busca do presente",
de 1990, lido como discurso de agradecimento ao Prêmio Nobel de Literatura
estão reunidos em "A busca do presente e outros ensaios". Em todos,
Paz evidencia uma obstinada tentativa de resgatar momentos cruciais da história
cultural, tendo sempre em vista o esclarecimento do presente. Um dos mais
originais intelectuais do século XX, Octavio Paz atesta com essa edição porque
é considerado um mestre na arte do ensaio. O livro é o primeiro título da
coleção Ensaios Contemporâneos editada pela Bazar do Tempo, que apresenta
textos de importantes pensadores sobre diferentes aspectos da atualidade,
traduzidos pela primeira vez para o português, e sempre comentados por
estudiosos de cada autor e assunto. A tradução dos textos é de Eduardo Jardim.
>>> Brasil: Uma
coleção cujo objetivo é resgatar importantes obras críticas sobre a literatura
brasileira
Chama-se
Claraboia. E é publicada pela Editora Moinhos. A coleção é formada por obras de
autores brasileiros que tratam sobre a literatura do país que estão há muito
sem novas edições. Para 2017, a editora apresenta já os dois primeiros volumes: o primeiro,
previsto para o mês de maio, será o Como e porque sou romancista,
de José de Alencar. Os mestres do passado, de Mário de Andrade, segundo da coleção, está previsto para o mês de outubro. Além desses
títulos, outros estão em produção, como Ensaio sobre a literatura
brasileira, de Gonçalves de Magalhães; Introdução histórica sobre a
literatura brasileira, de Joaquim Norberto de Sousa Silva; Carta
sobre a literatura brasílica, de Araripe Júnior, que serão
publicados a partir de 2018.
Terça-feira,
28/03
>>> Brasil: Um dos
clássicos da literatura portuguesa ganha reedição e está disponível aos leitores brasileiros: Coração, cabeça e estômago, de Camilo Castelo Branco
Este livro é
um dos momentos mais luminosos da obra do autor: trata-se de uma novela
satírica, na qual o que a solda dos vários episódios soltos e razoavelmente
simples é o estilo e o jogo entre as instâncias narrativas e autorais. Por
conta disso, esta novela talvez seja, dentre todas as de Camilo, a que reúna
mais probabilidades de permanecer como referência viva para a prosa
contemporânea de língua portuguesa ao longo do século que se inicia. A edição
preparada por Paulo Franchetti ganha segunda edição publicada pela Editora
Martins Fontes.
>>> Brasil: Odisseia é o segundo título literário resgatado do catálogo da extinta Cosac Naify que
sai pela Ubu Editora
O primeiro
foi Os sertões, edição crítica, que sairia pela renomada casa
editorial. A editora antiga havia preparado duas edições em formatos
diferentes: uma de alto padrão e outra mais comercial para a obra de Homero. A
edição em questão de um dos textos clássicos mais importantes para a literatura
ocidental é a tradução do livre-docente de língua e literatura grega Christian
Werner, quem também redigiu uma introdução para o texto. Além disso, o livro
reúne texto do homerista estadunidense Richard Martin, posfácio do escritor e
professor de filosofia Luiz Alfredo Garcia-Roza, e, em apêndice, um texto de
Kafka e um poema de Kaváfis.
Quarta-feira, 29/03
>>> Brasil: Morreu João
Gilberto Noll
O escritor
gaúcho deixa 18 livros publicados — 13 romances, três compilações de contos e
duas obras infanto-juvenis. Entre os títulos que marcam seu nome na história da
literatura brasileira estão O cego e a dançarina, Hotel
Atlântico, Harmada, A céu aberto, Lorde, Acenos e afagos, Solidão
continental. O autor foi cinco vezes premiado com o Jabuti. Em diversas
outras ocasiões sua obra foi reconhecida, dentro e fora do Brasil. João
Gilberto Noll nasceu em Porto Alegre em 1946; morou no Rio de Janeiro entre
1969 e 1986, onde concluiu a faculdade de Letras e fez inúmeras colaborações em
jornais como Folha da Manhã e Última Hora, e deu aulas
na PUC.
>>> Brasil: O romance
ganhador do Man Booker Prize de 2015 ganha edição no Brasil. Sai em julho,
quando o seu autor, Marlon James vem a Flip - Festa Literária
Internacional de Paraty
Em 3 de
dezembro de 1976, às vésperas das eleições na Jamaica e dois dias antes de Bob
Marley realizar o show Smile Jamaica para aliviar as tensões políticas em
Kingston, sete homens não identificados invadiram a casa do cantor com
metralhadoras em punho. O ataque feriu Marley, a esposa e o empresário, entre
várias outras pessoas. Poucas informações oficiais foram divulgadas sobre os
atiradores. No entanto, muitos boatos circularam a respeito do destino deles. Breve história de sete assassinatos é uma obra que explora esse
período instável na história da Jamaica e vai muito além. Marlon James cria com
magistralidade personagens — assassinos, traficantes, jornalistas e até mesmo
fantasmas — que andaram pelas ruas de Kingston nos anos 1970, dominaram o
submundo das drogas de Nova York na década de 1980 e ressurgiram em uma Jamaica
radicalmente transformada nos anos 1990. A edição é da Editora Intrínseca.
Quinta-feira,
30/03
>>> Brasil: Textos
poucos conhecidos de Virginia Woolf, Gertrude Stein, Antoni Artaud, entre
outros comporão nova coleção editada pela Editora Rocco.
A coleção
chama-se Marginália e tem curadoria de Miguel. O livro que abre as publicações
é A aventura do estilo que reúne a correspondência trocada entre
dois gigantes da literatura inglesa: Robert Louis Stevenson e Henry James. O
livro é apresentado por Marina Bedran, mestre em Teoria Literária e Literatura
Comparada pela Universidade de São Paulo, e aproxima escritores de trajetórias
e estilos diferentes – enquanto James foi um cronista da alta sociedade
vitoriana e um estudioso da escrita e da arte da ficção, Stevenson viveu
inúmeras aventuras, foi um autor popular e alcançou o sucesso comercial que
James nunca teve o prazer de conhecer em vida. Em junho, sai A vontade de
si, de Antonin Artaud, com organização de Ana Kiffer e Mariana Patrício.
E, até o final do ano, serão contempladas Virginia Woolf e Gertrude Stein.
>>> Portugal: A antologia
organizada por Adriana Calcanhotto com uma seleção de poetas brasileiros
contemporâneos ganhará edição em terras lusitanas
Sai pela
Editora Cotovia no mês de abril. É agora como nunca. Antologia incompleta
da poesia contemporânea brasileira foi publicada aqui pela Companhia das
Letras e reúne 42 poetas nascidos no Brasil entre 1973 e 1990. Calcanhotto
reside atualmente em Coimbra, onde é professora convidada da Faculdade de
Letras entre fevereiro e junho de 2017.
Sexta-feira,
31/03
>>> Brasil: Todo
Agualusa numa só casa editorial
O novo
romance do angolano José Eduardo Agualusa, A sociedade dos sonhadores
involuntários, sairá no Brasil pela Tusquets e inaugura a reedição de
toda sua obra numa mesma casa editorial. Para 2018, a editora publicará outro
romance inédito do autor e iniciará a reedição com outros dois livros seus. A
obra de Agualusa há muito publicada no Brasil tem edições espalhadas por várias
editoras.
>>> Brasil: Inédito de
Lima Barreto: O pesquisador Felipe Botelho Corrêa, do King's College, encontrou
uma versão inédita de "A Nova Califórnia" (1911), um dos contos mais
importantes de Lima Barreto.
A descoberta foi feita na biblioteca nacional australiana. Até agora, só se
conhecia o manuscrito, guardado na Biblioteca Nacional brasileira, e a primeira
versão em livro, no anexo de "Triste Fim de Policarpo Quaresma". A
versão, com três parágrafos a mais, foi publicada na Revista
Americana, organizada pelo barão do Rio Branco. O conto é famoso por ter
inspirado a novela Fera Ferida, de Aguinaldo Silva, nos personagens
e na cidade onde se passava, Tubiacanga. Como Lima Barreto escrevia sob
encomenda para a imprensa, o achado permite saber o "endereço" do
texto. "A revista representava o pan-americanismo [que marcava a política
externa do país]. E o Lima mostrava o Brasil como a Califórnia, abordando o
arrivismo e a questão do novo rico", diz Corrêa, que lança um livro sobre
o autor em julho, pela e-galáxia.
Sábado, 01/04
>>> Estados Unidos: Morreu
Ievguêni Ievtuchenko
O poeta e
romancista russo nasceu na Sibéria em 1933. Aos onze anos foi com sua família
para Moscou, cidade onde fez seus estudos. Nos seus primeiros poemas editados
sob os títulos de Exploradores do futuro (1952), A terceira
neve (1955) e Estação de Zimá (1956) mostrou influências da
poesia de Maiakóvski; depois, o estilo passou a ser dirigido pela retórica e
crítica sócio-política. Alcançou fama internacional em 1961 com seu poema
"Babi Yar" em que denuncia o extermínio de judeus e o antissemitismo
na Rússia. Durante a década de 1970 publicou outros gêneros literários: o
romance Os frutos selvagens da Sibéria (1981), escrito sob a
influência de Dostoiévski e Boris Pasternak; o roteiro para o cinema
"Jardim de infância" (1984); o documentário Não morras antes de
morrer (1996). E, 1987 foi distinguido membro honorário da Academia
Americana de Artes e Ciências. No Brasil, teve editado o livro de 1981 aqui
citado; Pearl Harbor (1968), Ardabiola (1989) e a peça
de teatro Autobiografia precoce são outros títulos dos traduzidos
para o português. Em 1985, os poetas Augusto e Haroldo de Campos e o tradutor
Boris Schnaiderman incluíram Ievtuchenko na antologia 25 autores da
poesia russa moderna (1985). Ievtuchenko vivia nos Estados Unidos.
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