Jack London, vozes do além
Se o gênio saísse da lâmpada e nos desse a possibilidade de pedir estes três desejos que só ele pode conceder, cada um teria seguramente ao menos um ente muito querido, desses que nos marcam com sua partida, com quem gostaríamos de trocar as últimas palavras, os últimos olhares, antes do adeus. É esse impulso o que nos leva, ante uma perda importante, à sua fotografia, sua última mensagem de telefone, ou qualquer coisa que signifique um rastro seu. No último filme de Ariel Rotter, Luz incidente , com fortes toques autobiográficos, Luisa (Erica Rivas) cheira com intensidade a camisa de seu companheiro recém-falecido para tentar reter através do cheiro que deixou aí algo dele. Volta ao lugar do acidente para buscar, entre outros restos dispersos, algo sem o qual não pode continuar respirando, nem seguir adiante. Eram os anos 1970. Hoje recorremos à técnica na procura desses restos dispersos. No último dia 22 de novembro passaram-se 100 anos da morte do romancista Jack London – ef