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Mostrando postagens de novembro 18, 2016

A morte como revelação do ser, em A hora da estrela

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Por Rafael Kafka Talvez A hora da estrela seja um diálogo de Clarice consigo mesma, como que prevendo a iminência da morte. Digo “talvez”, pois não procurei outras referências para escrever este breve texto crítico e apenas teço aqui as impressões de quem já leu vários textos da autora e gostou de praticamente todos. Tal diálogo teria uma estrutura diferente, mas uma temática muito similar à de Sopro de vida , livro escrito quase na mesma época. Curiosamente, em uma das passagens finais de A hora da estrela , temos a referência clara a este outro romance. Nos dois diálogos, o autor tem diante de si sua obra de arte e sobre ela se debruça, porém sem conseguir obter dela qualquer retorno concreto. Afinal, esse retorno só será obtido a partir do momento em que a obra for lida, escanhoada, devorada pelo leitor. O escritor escreve como quem quer se salvar, mas vê o objeto de sua salvação agir conforme sua vontade própria, dominando-o por inteiro, estando aquém e além da expr