A convergência dos ventos, de Nuno Júdice
Por Maria Vaz Há dias em que os ventos convergem e, entre chuvas de dúvidas, lá nos levam a perder em palavras soltas, que nos respondem ou ampliam indagações. Sim: há palavras aglomeradas em estrofes em que – ainda que não nos revejamos totalmente em termos existenciais – trazem os ventos que nos levam a convergir para aquilo que vamos sendo. Sem esquecer essa mutabilidade do verbo ‘ser’: uma mutabilidade, tantas vezes, com bases fixas. Ontologias ou intelectualidades à parte, aquilo que extraímos do nosso interior não passa de uma narrativa subjectiva – com todas as críticas que a redução ao real-objectivo formalizam –, uma obra permite-nos sempre vislumbrar um pouco do seu autor de acordo com a nossa mundividência. Não obstante, procurarei enunciar as notas objectivas daquilo que ressalta na obra A convergência dos ventos . Assim, podemos dizer que os ventos convergiram para questões e temas que perpassam a existência de todos os seres emocionalmente intensos. É assi