Dario Fo
Depois de mais de setenta anos pisando as tábuas dos palcos, e forjando as do compromisso político, ficamos sem Dario Fo, o homem que gostava de se apresentar como um continuador dos menestréis; de uma narração oral arcaica e eficaz, cuja presença, pertinente em sua dramaturgia, Fo conseguiu preservar, contra o vento e as marés políticas e teatrais do século XX. Um século que atravessou levando a arte dramática desde o papel ao cenário como autor, ator, diretor e ativista. Seu compromisso político criou-lhe problemas com a censura, ataques fascistas, agressões graves – a ele e à sua companheira, a também teatróloga Franca Rame – e inclusive a proibição de participar em importantes trabalhos para atuar nos Estados Unidos devido sua posição de ferrenho esquerdista durante os anos sessenta. As mesmas razões que serviram para que sua obra tenha passado por boicotes em todos os países até pelo menos nos anos oitenta foram as que o converteram numa das mais importantes para a