Natália Correia: um sopro de liberdade na poesia portuguesa
Por Maria Vaz Confesso aquilo que o ‘dever ser’ evitaria: não sabia bem sobre quem escreveria desta vez. Contudo, há sempre qualquer coisa de correspondência anímica que nos envia para aquilo que amamos em alguém. A inconvencionalidade que só tem quem é tocado pela liberdade. Uma liberdade que é amor. Um amor abstracto e nada mesquinho. Pelos Direitos Humanos. Pela emancipação feminina. Pela preocupação com genuinidades, e não com o politicamente correcto: que nunca é para nós, mas para o que os outros possam pensar; que, paradoxalmente, não é altruísmo de nenhum tipo, mas egoísmo e vaidade. Enfim. Para quem passe os olhos pela biografia de Natália Correia torna-se facilmente visível o brilho ontológico que carregava consigo: um brilho que a perseguia em palavras ordenadas em estrofes ou, simplesmente, na liberdade que a sua existência sempre exalou. Era uma existencialista. Uma rebelde. Não lhe chamemos poetisa, afinal sempre defendeu que a poesia era assexuada. A sua exa