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Mostrando postagens de julho 20, 2016

Léxico familiar, Natalia Ginzburg

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Em Léxico familiar , sua obra mais admirável, lida até a saciedade em vários idiomas desde sua aparição, reúnem-se as razões da narrativa entendida como catarse e as pequenas virtudes do narrador de raça que não necessita de alardes técnicos ou labirínticas intrigas para ganhar o leitor que ela converte parágrafo a parágrafo em seu companheiro de viagem, em seu amigo invisível. A vasta cultura de Natalia Levi, por outro lado – nascida do entorno familiar, da convivência com seu companheiro Leone Ginzburg, incansável antifascista, e com Cesare Pavese e seus amigos da editora Einaudi, onde trabalhou tantos anos – não a conduziu à retórica trash , mas ao esmero de querer narrar acariciando os detalhes e fazendo de seu entorno cotidiano e de seu universo emocional um lugar que o leitor, sem saber muito bem como, toma para si, como seu. Presa com infinitas leituras de Proust, heranças de sua mãe, que lhe deram o tom intimista e os mecanismos da memória afetiva, G