O fascismo nasce da falta de leitura
Por Rafael Kafka Quando li Admirável mundo novo de Huxley há uns dez anos não imaginava que viveria em um mundo que odiasse os livros, que os vissem como algo inútil, nocivo. A massa de não leitores brasileiros para mim se explicava e ainda se explica pela rotina cheia de trabalho e vazia de dinheiro que muitos de nós temos de passar diariamente, complementada com uma vida sem incentivo à leitura e outros processos sociais mais amplos. Imagine isso, caro leitor: você é um trabalhador braçal, do varejo ou autônomo, áreas em que mais vi empregados em minha rotina de morador de periferia. Passa umas dez ou doze horas por dia indo e voltando do trabalho e trabalhando. Chega em casa, precisa dar atenção à família e, muito provavelmente se for mulher por ser cobrada a isso por nossa estranha sociedade patriarcal, terá de fazer uma quantidade imensa de tarefas que não deixam tempo para mais nada. No máximo, você se sentará em frente à TV, verá aquele jornal que vende a imagem d