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Shakespeare, o inesgotável

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Por Marcos Ordoñéz Peter Ackroyd, que escreveu uma vivaz (e volumosa) biografia sobre Shakespeare, o descreve metaforicamente como uma esponja que absorvia tudo o que estava ao seu alcance. Aprendeu das reações do público e dos atores, das histórias escritas há vários séculos (as célebres Crônicas de Inglaterra, Escócia e Irlanda , de Holinshed, publicadas em 1577, seu livro de cabeceira) e do que acabava de apresentar-se, os diálogos cortesões de John Lily e as tramas sangrentas e enlouquecidas de George Peele, e sobretudo, das exuberantes tragédias de Christopher Marlowe, seu primeiro ídolo.  “Ampliou e aprofundou enormemente seu léxico”, conta Ackroyd, “à medida que experimentava com as diversas formas da arte dramática. Estava em total sintonia com a linguagem que lhe rodeava – os poemas, as funções, os panfletos, os discursos, a fala das ruas – e devorou o que lhe apareceu pela frente. Talvez não tenha existido maior assimilador na história do teatro”.  Uma das