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Imre Kertész, lembrar para não permitir o renascimento do horror

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Por Guillermo Altares Imre Kertész, sobrevivente de Auschwitz, morreu numa quinta-feira, 31 de março de 2016, em sua cidade natal, Budapeste. Sua obra, sobretudo seu romance Sem destino , que levou treze anos para escrevê-lo e publicou em 1975, oferece tanto do ponto de vista literário como memorialístico uma janela única para observar um acontecimento que define o século XX: o Holocausto. Kertész era um menino de 15 anos quando foi deportado em 1944 pela polícia húngara para o campo de extermínio alemão de Auschwitz, na Polônia. Quando voltou para a Hungria, não só encontrou o apartamento de seus pais ocupado por estranhos como se deu conta de que restava só no mundo – toda sua família havia sido engolida pela máquina de assassinar nazista. Essa sensação de solidão ante o horror, de que cada decisão tomada por um adolescente que não havia cumprido a maioridade pode determinar sua vida ou sua morte, está no coração da obra de Kertész e foi um dos elementos favo