A última convidada de Josué Montello
Por Rafael Kafka A última convidada é o primeiro livro de Josué Montello que pego para ler e muito tem me agradado o estilo desse autor maranhense cuja obra mais famosa, Os Tambores de São Luís , espero ler em breve. Falando de um universo pequeno-burguês preocupado por demais com as aparências e as colunas sociais, o romance em questão é um interessante relato entremeado por memórias e crises existenciais ligadas ao sentimento de culpa. Patrícia é uma moça que sofre de insônia e está prestes a comemorar 40 anos de vida e 18 de casada. Logo no começo do romance, em uma abertura a qual lembra No caminho de Swann de Proust. Assim como o texto proustiano, a prosa de Montello tem como intuito promover uma investigação narrativa da afecção que é o ato de recordar, como ilustra Paul Ricouer na primeira parte de seu A memória, a história, o esquecimento . O ato de rememorar aqui é sempre provocado pelo presente, que cria pontes de analogias com o passado nem tão recente assim