Qual era a cor dos olhos de Franz Kafka?
Por Avi Steinberg Há muito que as histórias de Franz Kafka passaram para o anedótico e constituem o tipo de trabalho que você não precisa ter lido a fim de saber que elas existem. Assim como tratamos determinadas situações por “shakespearianas” e outros acontecimentos de “proporções bíblicas” – tenhamos ou não lido obras como Júlio Cesar ou o Livro de Jó – as qualidades do “kafkiano” são familiares a nós não apenas pela leitura das histórias de Kafka e são parte das histórias que vivenciamos diariamente. Usamos “kafkiano” para nos referir a situações embaraçosas com serviços de atendimento ao cliente, para falar sobre as relações escusas do estado para com os cidadãos comuns etc. Para um escritor essa é uma honra, ainda que não completa, ser lembrado sem que o leiam; de toda maneira é uma forma de manter-se sempre presente e sempre mal compreendido. Para ajudar a reverter essa deriva da reputação de Kafka, Reiner Stach foi curador de uma coleção de artefatos da vida do