Natalia Ginzburg, deusa das pequenas coisas
Por Luis Alemany Literatura, judaísmo, feminismo, política... Se Natalia Ginzburg houvesse sabido que, 100 anos depois de seu nascimento, a recordamos com essas ideias avançadas, talvez não tivesse se sentido deprimida. Os estudos de gênero a aborreciam muito, o judaísmo era uma parte de sua bagagem com a qual não se dava bem e sua história com a política tendia ao desencanto. Bom, resta a literatura. O centenário da escritora italiana propicia agora uma visita à sua obra: Léxico familiar , Caro Michele , O caminho que leva à cidade , Foi assim , entre outros. Por onde começar? Elena Medel, autora dos prefácios que acompanham as novas edições de alguns desses importantes títulos na Espanha, oferece um conselho aos recém-chegados à obra de Natalia Ginzburg: “Eu leria primeiro Todos nossos ontens romance que antecipa a atmosfera da Léxico familiar e As tarefas de casa , obra que esclarece a imaginação e a voz de Ginzburg. Além disso, é curioso pela atualidade, e surpreen