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Todo mundo tem direito a um segredo, de Lia Sanders

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Por Pedro Fernandes Desde a ruptura com a narrativa clássica ou o padrão fixo de composição da forma de narração, que os escritores têm, depois de passar por uma febre da imitação da realidade, exercido outro trabalho com a linguagem. Grosseiramente, este texto prefere chamar esse lado de criação. Claro, o termo bebe da decomposição da ideia de que, apenas na lírica, o escritor é um criador. Isto é, cada vez mais o romancista tem buscado fundir a poesia à prosa. Essa observação não diz respeito, evidentemente, a Todo mundo tem direito a um segredo , ao menos no sentido direto com que ela é aqui apresentada, mas é para sublinhar outra questão (e esta, sim, diz respeito ao livro de Lia Sanders): mesmo livre, o ato de criação literária permanece ligado a alguns lugares que, uma vez o escritor não os observe, corre o risco de desandar o tom que faz com que uma narrativa seja vista como bem construída. Não é o caso de Todo mundo tem direito a um segredo se encaixar no rol