Adeus ao herói Cervantes
Por José S. Casillas Em determinadas situações existem personagens que terminam “devorando” seus autores. Acontece muito no cinema mas também na literatura, onde não se sabe quem veio antes, se o autor ou a personagem. No caso de Miguel de Cervantes nem precisou ser um homem de excelsa formação, nem um valente militar, tampouco um herói perdido na Argélia. Ao menos é assim que se apresenta no livro de José Manuel Lucía Megías – a mais recente biografia do escritor publicada em língua espanhola. A primeira parte de La juventud de Cervantes: una vida en construcción (em tradução direta A juventude de Cervantes: uma vida em construção ) propõe uma forma novelesca para encarar o fenômeno. Sabemos de Cervantes o que ele quis que soubéssemos. Basicamente o que ele deixou por escrito com a intenção de prosperar. Mas, a realidade foi muito menos doce se atentarmos para o contexto histórico do qual fez parte. O autor quis desnudar o mito: “Quis tirar as capas do mito para