Boletim Letras 360º #199
Filme a partir da obra de Hilda Hilst deve sair no primeiro semestre de 2017. Mais detalhes ao longo deste Boletim. |
Definitivamente o último Boletim de 2016, um ano que foi de um extremo ao outro em boas e más notícias, um ano, para nós do Letras, mais de planos que realizações. Não podemos passar às notas de a seguir sem lembrar aos leitores que responderam nossa enquete online no Facebook por quase uma semana interessada em saber qual livro havia marcado o ano que agora finda que a segunda parte (a que sorteará brindes e leitores) está disponível cf. notificamos nos comentários da post. Sortearemos três leitores que ganharão brindes surpresas para começar 2017 com o pé direito nas leituras. Por falar em Facebook, na segunda-feira, 2 de janeiro, inciamos a #RetrospectivaDoLetras2016, uma oportunidade de reencontrar alguns dos principais textos publicados por aqui durante todo o ano. Estejam conosco! Aproveitamos para desejar tudo bom a todos no ano que se inicia; que possamos fazer um 2017 melhor!
Segunda-feira,
26/12
>>> Brasil: A arte de
desenhar capas de livro. Livro deve reunir material de entre os anos 1820 e
1950.
Depois de História das livrarias cariocas, o bibliófilo Ubiratan Machado
prepara, para 2017, um livro sobre a história das capas no Brasil, a sair pela
Ateliê em parceria com a Sesi-SP Editora. Conhecido pelo fôlego de suas
pesquisas históricas, Machado vai reunir 1.707 capas, começando em 1820 até os
anos 1950, dando foco a artistas gráficos como Tomás Santa Rosa, o lendário
capista de José Olympio. Outro destaque do volume são os livros produzidos por
Monteiro Lobato nos anos 1920. Recentemente as duas editoras publicaram Capas de Santa Rosa, de Luís Bueno – um panorama do trabalho de
Tomás.
Terça-feira,
27/12
>>> Brasil: Em 2017,
mais três títulos de Elena Ferrante ganham edição por aqui.
Não será
demais repetir, mas a febre Elena Ferrante que tem contagiado o mundo inteiro
chega ao Brasil: estima-se perto de 100 mil livros da escritora vendidos por
aqui. E, apostando que os números só cresçam, vem muitos lançamentos da
italiana em 2017. A quarta e última parte da tetralogia napolitana, obra com a
qual a escritora estreou no Brasil, História da menina perdida, sai
em março. Além deste saem, pela Editora Intrínseca, que
publicou este ano A filha perdida e Uma noite na praia,
mais dois títulos: L’amore molesto (o primeiro livro de Ferrante),
está previsto também para março, e o segundo, a coletânea dita autobiográfica La frantumaglia, ainda não tem data definida.
>>> Brasil: Viva!, do francês Patrick Deville, Editora 34, é um romance que
recria os anos de exílio do líder soviético Leon Trótski no México, no fim da
década de 1930.
Nesse
período, o México converteu-se em porto seguro para levas e mais levas de
exilados sem nome: russos, alemães, italianos, espanhóis, gente de muitas
nacionalidades e convicções políticas, fugindo da onda totalitária que varre o
Velho Mundo. Entre toda essa gente, uma figura, porém, não tem como aspirar ao
anonimato – ao desembarcar em Tampico, em janeiro de 1937, Léon Trótski sabe
que não está a salvo, que não há maneira de desligar a máquina infernal que
acabará por abatê-lo. Patrick Deville faz a crônica dos três anos que restam ao
revolucionário russo. Por suas páginas, desfila um cortejo de figuras que a
presença de Trótski imanta e radicaliza – Diego Rivera e Frida Kahlo, Victor
Serge e André Breton, David Alfaro Siqueiros e Ramón Mercader – sem falar em B.
Traven, o enigmático autor de O tesouro de Sierra Madre, e sem
esquecer de Malcolm Lowry, jovem escritor que chega ao México no mesmo ano,
sonhando em revolucionar a prosa poética e que reservará a Trótski um papel
decisivo nos momentos finais de À sombra do vulcão. Com paixão e
minúcia, Deville retraça o curso dessas vidas paralelas que se cruzam e se
perdem no labirinto da história e da geografia, à sombra da guerra mundial que
se aproxima.
>>> Morreu o
escritor britânico Richard Adams
Nascido em 9
de maio de 1920, em Newbury, Berkshire, Adams serviu às Forças Armadas do Reino
Unido de 1940 a 1946, durante a Segunda Guerra Mundial. Fez seus estudos de
graduação e pós-graduação na Universidade de Oxford. E passou a se dedicar à
literatura a partir de 1974, depois da publicação de seu segundo romance. Seu
trabalho mais conhecido é A longa jornada (publicado no Brasil no
final da década de setenta); trata-se de uma história que nasceu quando Adams
contava histórias de ninar para suas duas filhas, Juliet e Rosamund, e foi elas
que insistiram para que ele publicasse em livro. A obra foi rejeitada por treze
editoras mas quando foi lançada vendeu mais de um milhão de cópias em tempo
recorde tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos e ganhou traduções no
mundo inteiro. A narrativa é a história de um grupo de coelhos que procura um
novo lar após a destruição de sua toca, enfrentando vários perigos durante o
caminho.No Brasil foi publicada também Shardik.
Quarta-feira,
28/12
>>> Brasil: Uma caixa
com obras de Jane Austen – é a proposta das obras reunidas da Editora Nova
Fronteira.
Da escritora
inglesa, duas grandes obras foram reunidas numa caixa: Razão e
sentimento e Novelas inacabadas: Os Watsons e Sanditon – ambas traduções do poeta Ivo Barroso. Aquele é o primeiro romance da escritora
e um de seus livros mais conhecidos e celebrados. A história se dá em torno dos
costumes familiares ingleses do século XVIII e de todos os protocolos de
conduta; já as Novelas inacabadas: Os Watsons e Sanditon são duas
histórias inéditas de Jane Austen agora apresentadas ao público brasileiro que
tem a oportunidade de estar em contato novamente com o fascinante universo da
escritora.
>>> Espanha: Oito décadas
após a morte de Federico García Lorca, no início da Guerra Civil Espanhola, uma
peça inacabada do poeta e dramaturgo ganhou final e título.
Comedia
sin título como a obra era chamada até então, tinha pronta apenas uma das
três partes previstas pelo autor. Os outros dois atos, apenas esboçados, foram
concluídos neste ano pelo também poeta e roteirista espanhol Alberto Conejero,
que intitulou a peça como El sueño de la vida. O projeto,
financiado pelo Departamento da Cultura de Madrid, será publicado no próximo
ano e deve ser encenado em 2018. Conejero prefere não chamar seu trabalho como
uma conclusão: "Não acho que 'terminado' seja a palavra mais adequada.
Trata-se de um diálogo com a voz de Federico e seguir em frente com esse
impulso. Criei uma nova peça, mas em seu cerne está a peça sem título. Não mexi
uma vírgula do ato dele", disse ao jornal The Guardian.
Quinta-feira,
29/12
>>> Brasil: Filme
baseado na obra de Hilda Hilst já tem nome e previsão de estreia para o
primeiro semestre de 2017.
É o segundo
filme de Eduardo Nunes e é uma adaptação de dois contos da escritora:
“O unicórnio” e “Matamoros”. O primeiro dá título à produção que tem Patrícia Pilar e a estreante Barbara Luz que fazem mãe
e filha numa narrativa que envolve mistério, desejo e tragicidade. Maria é uma menina de 13 anos e narra para o pai uma história passada na rústica casa de campo, onde ela mora com a família. Numa ausência do pai, o cotidiano de cuidar da casa e da plantação é subvertido pela presença de um homem rude e bonito; o vizinho que cria cabras. A relação entre
Maria, sua mãe e o homem cresce e torna-se trágica, a partir do momento em que
eles se permitem aos seus desejos.
Sexta-feira,
30/12
>>> Brasil: Em 2017 sai
um novo livro de Joël Dicker
O escritor
foi sensação da Festa Literária Internacional de Paraty de 2014, ano em
que lançou por aqui A verdade sobre Harry Quebert; a obra havia
ganhado o Grand Prix du Ruman da Academia Francesa. O novo livro que sai agora
por aqui é O livro dos Baltimore, pela Intrínseca. Traz a história
de Marcus Goldman e sua juventude inesquecível em Baltimore, ao lado dos primos
e dos tios, a parte bem-sucedida de sua família e que ele tanto admirava;
felicidade aparente, diga-se, porque há um Drama que mara o destino fatídico e
inesperado de todos aqueles que ele mais amava. A narrativa é uma tentativa de,
oito anos depois, Marcus montar o quebra-cabeça sobre o acontecido a fim de
entender suas consequências. A obra é um retorno ao lugar que revelou Dicker
como escritor, mas não obteve, fora do país críticas positivas.
>>> Brasil: Mais uma
edição para um dos contos mais conhecidos de Herman Melville
Em 2005, a
antiga Cosac Naify publicou a tradução de Irene Hirsch com o título de Bartleby, o escrivão: uma história de Wall Street; em 2014, foi a
vez da Grua Livros, na coleção para a Livraria Cultura publicar a versão de
Bruno Gambarotto (Bartleby, o escrevente). Depois, em 2015,
Autêntica Editora edita Bartleby, o escrevente: uma história de Wall
Street, uma tradução de Tomaz Tadeu. Em 2017 sai Bartlevy, o
escrivão, uma antiga tradução, a de A. B. Pinheiro de Lemos publicada na
coleção "Sabor literário", pela José Olympio. O livro que serviu de
leitura a nomes como Gilles Deleuze, Jacques Derrida, e Giorgio Agamben e que
influenciou escritores como Jorge Luis Borges é responsável por nos colocar
diante de uma das personagens mais enigmáticas da literatura, antevisão do
absurdo e da melancolia da vida moderna. Está nos planos da editora a reedição
de vários títulos da antiga coleção, agora soltos.
.........................
Comentários