Boletim Letras 360º #191
Poema inédito de Anne Frank vai a leilão. Mais detalhes ao longo deste Boletim. |
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Segunda-feira,
31/10
>>> Brasil: Novo título
da Editora Carambaia é um clássico de Herman Melville de antes de Moby Dick
Jaqueta
branca ou o mundo em um navio de guerra é um dos relatos de Melville de
seus dias na Marinha dos Estados Unidos, entre 1843 e 1844. Nos 14 meses
retratados na obra - que sai pela primeira vez em dezembro - o “moço dos
convés” Melville passou por diversos países a bordo da fragata
estadunidense - inclusive algumas semanas no Rio de Janeiro. A cidade é
apresentada como detentora de “uma das baías mais magníficas do
mundo”.
>>> Brasil: Uma edição
de luxo para Dom Casmurro, de Machado de Assis
A mesma editora traz ainda um dos títulos que está entre os mais lembrados de Machado de Assis. Foi publicado em 1899 pela
Livraria Garnier. Narrado por Bento Santiago, quem tem o interesse de “atar as duas pontas da vida”, a obra guarda um segredo motivo de
interpretações das mais diversas: o amor entre o narrador e Capitu teria sido
eterno ou manchado pela traição.
Terça-feira,
01/11
>>> Brasil: Reedição da
obra de João Antônio e inéditos chegam aos leitores brasileiros a partir de
2017
A obra do
escritor começou a tomar novo fôlego com a publicação pela extinta Cosac Naify.
Mas, o projeto não foi de um todo abortado; só ganhou novo rumo. Para 2017, a Editora 34 prepara a
reedição de Contos reunidos e Calvário e porres do pingente
Afonso Henriques de Lima Barreto - este há muito fora de catálogo. Além
disso, uma edição com material inédito está nos planos: uma reunião de crônicas
musicais e textos sobre o cotidiano do Rio de Janeiro.
>>> Brasil: Edição com
clássico da literatura escandinava ganha tradução no Brasil
O livro sai
pela Bertrand Brasil com
tradução de Pasi Loman e Lilia Loman. O ano da lebre é apresentado
como uma fábula sobre os prazeres da liberdade: na meia-idade Kaarlo Vatanen,
jornalista, sente-se exausto, cansado da vida urbana. Em uma noite de verão,
durante seu trabalho, atropela acidentalmente uma pequena lebre que atravessava
uma estrada do campo. Ele, então, sai em busca da criaturinha ferida. Este
pequeno incidente se torna uma experiência transformadora para Vatanen, que
decide se libertar dos grilhões do mundo: larga o emprego, deixa a esposa,
vende suas posses e parte em uma jornada pelas selvas finlandesas com sua nova
companhia. Suas aventuras envolvem grandes queimadas, sacrifícios pagãos, jogos
de guerra, ursos assassinos e muito mais.
Quarta-feira,
02/11
>>> Brasil: A tradução
de Quando tinha cinco anos eu me matei, de Haward Buten
A voz
narradora desse romance pertence a Burt, um garoto de oito anos com uma
imaginação fecunda e que se expressa por meio de uma linguagem livre, rebelde,
misteriosa e, por isso mesmo, incompreensível aos homens de bata branca do
Centro de Internamento Infantil no qual está preso, por conta do que fez a
Jessica. Eles o assediam, insistem, de modo compulsivo, em ler sintomas
clínicos em suas fantasias e tentam submeter seus impulsos infantis aos ditames
da moralidade adulta. Uma prosa maravilhosamente eficaz, um romance hipnotizante
e cheio de momentos de pura emoção. A tradução é de Alexandre Barbosa de Souza
e sai pela Rádio
Londres.
>>> Holanda: O possível
fim de um mistério: Van Gogh cortou a própria orelha por decepção pelo
casamento do irmão
O pintor
holandês suicidou-se com um tiro de revólver no peito num povoado ao norte da
França, em julho de 1890; tinha só 37 anos. Antes disso, foi protagonista de um
episódio citado diversas vezes quando o assunto é sua biografia: a
automutilação na noite de 23 de dezembro de 1888. Com uma navalha de barbear
Van Gogh decepou a orelha esquerda num quarto da casa amarela de Arlés, na
Provença. A noite findou com o pintor entregando o produto do corte a uma
mulher num cabaré onde era visitante assíduo. São muitas as especulações em
torno desses fatos: Dan Brown, p. ex., constrói a tese de que o suicídio foi,
na verdade, um assassinato e em 2009 pesquisadores alemães concluíram que a
orelha fora cortada por Gauguin. Agora, o historiador Martin Bailey sustenta
que o motivo foi a notícia sobre o casamento do irmão Theo, seu confidente e
patrocinador. Van Gogh temia ficar sem o irmão e perder seu único mecenas. A
carta de Theo para o irmão anunciando o casamento perdeu-se mas o historiador
analisou a correspondência de toda família e vê aí material suficiente para
sustentar sua tese.
Quinta-feira,
03/11
>>> Brasil: Uma nova adaptação de A outra volta do parafuso, de Henry James
Com direção de Walter Lima Jr. e estrelado por Virginia Cavendish, Domingos Montagner e Ana Lucia Torre, o longa conta a história da tímida Laura, contratada por um homem rico para cuidar de seus dois sobrinhos órfãos, que moram numa fazenda de plantação de café. Aos poucos, com a presença dos escravos e da governanta Geraldina, Laura tem a impressão de que alguns segredos são escondidos naquela casa. O filme Através da sombra” tem sua narrativa baseada a partir de A outra volta do parafuso, de H. James.
Sexta-feira,
04/11
>>> Portugal: Site reúne
cartas e postais trocados entre Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa
Em 2015,
Jerónimo Pizarro e Ricardo Vasconcelos publicaram uma nova edição crítica da
correspondência dos dois poetas. Mas precisarem deixar de lado inúmeros
materiais que tinham de ser divulgados de outra forma. O projeto ganhou vida e
“Mário de Sá-Carneiro online” está disponível desde a semana passada e inclui
dezenas de materiais que agora podem facilmente ser consultados. Basta ir aqui.
>>> Brasil: Tentativas
de fazer algo da vida, de Hendrik Groen ganha edição por aqui
Olhar terno
e hilário sobre a terceira idade, romance virou best-seller internacional sem
revelar nome do autor. Hendrik Groen pode ser velho, mas nem de longe está
morto – e não planeja ser enterrado tão cedo. Seus passeios estão ficando mais
curtos porque as pernas já não dão conta, as visitas ao médico se tornaram mais
frequentes do que gostaria. É nesse momento da vida que se pergunta se não
há nada mais a fazer além de tomar chá fraco e cuidar de flores. Quando o novo
ano começa, ele toma uma decisão: escreverá todos os dias um diário, contando
os altos e baixos de sua rotina num asilo em Amsterdã. O resultado é um olhar
terno e hilário sobre a terceira idade, mas é também um devastador retrato de
uma parcela da população esquecida pela família e pela sociedade.
>>> Holanda: Um pequeno
poema de oito linhas, escrito e autografado por Anne Frank em março de 1942,
vai ser leiloado na Holanda
O texto,
escrito no poezie album de Christiane van Maarsen, a irmã mais velha de
Jacqueline, colega de turma e melhor amiga de Anne, data de três meses antes de
ela e a família se refugiarem no esconderijo em Amsterdã. O poema, dedicado a
Cri-Cri (apelido de Christiane), é do gênero dos que eram escritos nos poezie
album, que exortavam o seus donos a dar o seu melhor e a serem diligentes no
trabalho. As primeiras quatro linhas foram retiradas do poema “Het Ros
Beiaard”, de 1938, mas os restantes versos são de origem desconhecida. Anne
morreu um ano depois desse texto, em fevereiro de 1945, no campo de
concentração de Bergen-Belsen.
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