Oscar Wilde, narrador
Por José Carlos Llop Oscar Wilde em Paris Se Oscar Wilde é autor de um só romance, O retrato de Dorian Gray , também é verdade que há outro romance seu oculto em sua própria personagem. Não me refiro a Teley , essa novela homoerótica, nem a De profundis – que traria certas chaves sobre sua autobiografia ou não e logo seria um dos novos arranjos da narrativa moderna – nem tampouco aos contos, dos quais poderia citar O crime de Lorde Arthur , O fantasma de Canterville ou ainda O retrato de Mr. W.H. Neles não poderíamos rastrear gestos disso que os franceses chamam nouvelle e nós aprendemos a chamar como novela . Refiro-me à narrativa de uma vida, novela (ao invés de romance) da vida, novela escrita pelo próprio Wilde com tintas de sua vida e que foi ficcionada em tantas ocasiões, seja por outros romancistas, seja pelo cinema. A vida de Wilde há aparecido nessa literatura geralmente marcada pelo mistério estético e o drama novelesco de sua personagem principal, dotado entr