Boletim Letras 360º #190
As celebrações pelo Dia de Drummond começam hoje, 29, e seguem até o aniversário do poeta, o também Dia Nacional da Poesia, dia 31 de outubro. A data do Dia D faz parte da iniciativa do Instituto Moreira Salles em celebrar a obra do poeta. |
Falta
exatamente um mês para entrarmos nos dez anos online. Uma maneira que
encontramos de iniciar as celebrações entre nós leitores foi a realização desta
promoção; entre os brindes oferecidos estão todos os livros do Valter Hugo Mãe
publicados em 2016 pela Globo Livros / Biblioteca Azul (incluindo o novo romance anunciado neste Boletim) e a edição com a obra
completa de Raduan Nassar publicada pela Companhia das Letras. Para saber sobre e como participar, basta acessar aqui.
Segunda-feira,
24/10
>>> Brasil: A edição
brasileira do livro O lagarto, de José Saramago sai em novembro
No mês de
setembro as livrarias portuguesas receberam o novo livro (cf. noticiamos por
aqui). A crônica publicada há 40 anos na edição de A bagagem do
viajante ganhou ilustrações do xilogravurista brasileiro J. Borges e
edição independente. O projeto é ideia do editor argentino Alejandro García
Schnetzer e foi publicado pela editora agora responsável pela obra de José
Saramago em parceria com a Fundação José Saramago. Inicialmente anunciada para
2017 a chegada do livro ao Brasil, agora sabe-se que neste ano os leitores
terão acesso a O lagarto. O livro sai pelo selo de obras da literatura
infantil da Companhia
das Letras, o Companhia das Letrinhas.
>>> Brasil: Já
disponível nas livrarias brasileiras a edição do novo romance de Valter
Hugo Mãe
Editado pela Biblioteca Azul, Homens imprudentemente poéticos tem prefácio de Laurentino Gomes.
Num Japão antigo o artesão Itaro e o oleiro Saburo vivem uma vizinhança inimiga
que, em avanços e recuos, lhes muda as prioridades e, sobretudo, a capacidade
de se manterem boa gente. A inimizade, contudo, é coisa pequena diante da
miséria comum e do destino. Conscientes da exuberância da natureza e da falha
da sorte, o homem que faz leques e o homem que faz taças medem a sensatez e,
sobretudo, os modos incondicionais de amarem suas distintas mulheres.
>>> Inglaterra: O outro por
trás de William Shakespeare
Sobre a vida
do dramaturgo, poeta e tradutor inglês Christopher Marlowe existem muitas
especulações e poucas certezas além do consenso de que foi colaborador,
influência e grande rival de William Shakespeare. Agora, uma equipe de
pesquisadores chegou à conclusão de que a cooperação entre os dois foi muito
mais estreita ao ponto de Marlowe ser apresentado como coautor das três partes
de Henrique VI. Os dois são apresentados como autores da obra na nova edição de New Oxford Shakespeare cujos quatro volumes copiam toda a obra de Shakespeare
e será publicada entre o final de outubro e dezembro. A confirmação foi dada
pelo professor estadunidense Gary Taylor ao jornal The Guardian; ele é um dos
responsáveis por uma equipe de 23 especialistas de cinco países que defendem
essa tese. Utilizando as modernas ferramentas digitais para analisar textos, o
estudo consegue estabelecer que a colaboração de Shakespeare com diversos
autores foi muito mais extensa do que até agora se acreditava e que outras mãos
participaram em até 17 das 44 obras do bardo inglês. Esse número é o dobro da
estimativa apresentada na edição anterior de New Oxford Shakespeare publicada
há três décadas. A afirmativa de agora deve reacender a fogueira do debate
iniciado em 1986 quando vários estudiosos da obra de Shakespeare caíram
indignados sobre as afirmativas que agora se ampliam.
Terça-feira,
25/10
>>> Estados Unidos: Dois
romances de Philip Roth chegam às grandes telas agora em 2016
Como temos
acompanhado por aqui, a primeira adaptação é para o romance Indignação; o
filme estreia no Brasil no dia 3 de novembro. Seus temas são bem típicos do
autor: o protagonista judeu, o preconceito, as amarras da tradição, a formação
da identidade estadunidense e uma sociedade com a sombra da guerra. O filme é
de James Schamus. As mesmas questões também estarão representadas em Pastoral
americana, de Ewan McGregor, que chega ao Brasil em 15 de dezembro. Antes
desses dois títulos, a obra de Roth adaptada para o cinema inclui Paixão de
primavera (baseado em Adeus, Columbus), de Larry Peerce; O complexo de
Portnoy (a partir do livro homônimo), de Ernest Lehman; Revelações (baseado
em A marca humana), de Robert Benton; Fatal (baseado em O animal
agonizante), de Isabel Coixet; e O último ato (baseado em A humilhação),
de Barry Levinson.
>>> México: Um
documentário resume a obra e a trajetória do poeta e ensaísta Octavio Paz
O labirinto
de Octavio Paz é um longa com importantes testemunhos sobre o escritor e sua
obra – entre os depoentes está o peruano Mario Vargas Llosa. A iniciativa do
filme surgiu em 2014, ano de celebração do centenário de nascimento do
escritor. Na trama, o passado pré-hispânico, a cultura indiana e os textos
orientais, o surrealismo, as vanguardas europeias, a poesia espanhola e a
política. Para José María Martínez, o diretor do documentário, a peça se centra
nos princípios fundamentais da vida de Paz, como a visita que fez junto com
Pablo Neruda e César Vallejo no auge da Guerra Civil à Espanha, as peripécias
vividas como embaixador na Índia, o encontro com Marie José Tramini, sua
segunda companheira e quem teve uma enorme influência na sua obra, ou o
convívio com Luis Buñuel, então exiliado no México.
>>> Inglaterra: O vencedor
do Man Booker Prize, o maior prêmio da literatura de língua inglesa do Reino
Unido, é o estadunidense Paul Beatty
É a primeira
vez que um escritor dos Estados Unidos ganha este prêmio. O prêmio foi pela
obra The Sellout, uma sátira racial. Natural de Los Angeles, Beatty
publicou o seu primeiro livro em 1991, "Big Bank Takes Little Bank",
uma edição que conseguiu graças ao título de campeão do Grand Poetry Slam, do
Nuyorican Poets Cafe, em Manhattan. O Man Booker Prize foi criado em 1968.
Quarta-feira,
26/10
>>> Brasil: Dag Solstad é um dos autores mais instigantes da Noruega; sua obra acaba de entrar
no país
Romance
11, livro 18 é o primeiro título do escritor publicado por aqui. Com seu
estilo original e inimitável, Solstad é considerado um provocador. Desde a
publicação de seu primeiro livro, Spiraler, em 1965, que tem
produzido ininterruptamente e inovado a literatura norueguesa e mundial. O
inquieto autor é referência para grandes escritores, não só noruegueses, suas
traduções espalham-se por mais de 34 idiomas.Entre os tradutores de livro de
1992 agora publicado no Brasil, está o renomado escritor japonês Haruki
Murakami. A nossa tradução é realizada por Kristin Lie Garrubo e o livro sai
pela Numa Editora. O romance de Solstad traz uma história de rebeldia. Não no sentido tradicional.
Seu protagonista, Bjørn Hansen, muda-se de Oslo para Kogensberg. Deixa a esposa
e o filho de apenas 2 anos para viver com aquela que, até então, fora sua
amante, Turid Lammers. Em sua bagagem apenas os pertences pessoais e muitos
livros. “Dostoiévski. Pushkin. Thomas Mann. Céline. Borges. Tom Kristensen.
Márquez. Proust. Singer. Heinrich Heine. Malreaux, Kafka, Kundera, Freud,
Kierkegaard, Sartre, Camus, Butor.” A literatura, assim como a arte, a
filosofia e o sentido da vida são, para o protagonista, “temas luxuosos”,
“interesses que deveriam ser cultivados no tempo livre.
Quinta-feira,
27/10
>>> Estados Unidos: Zelda
Fitzgerald, símbolo da Era do Jazz nos anos 1920, e companheira do escritor F.
Scott Fitzgerald, no auge
A Amazon se
prepara para lançar uma série de TV sobre a biografia de Zelda: Z: The
Beginning of Everything. Enquanto isso, duas grandes estrelas do cinema
planejam explorar a personagem: cada uma num filme diferente - Jennifer
Lawrence e Scarlett Johansson. As duas estão escaladas para dois projetos sobre
a mulher que influenciou, em grande parte, a obra do autor de O grande
Gatsby. Ron Howard está escalado como diretor do projeto
Zelda, o que contaria com a primeira atriz. Já o projeto de
Johansson, trata-se de The Beautiful and the Damned, baseado numa
obra do próprio Fitzgerald que é uma narrativa sobre o casamento com Zelda.
Este filme conta com o apoio dos responsáveis pelo patrimônio do escritor com
aceso a material de um sanatório em que estevo Fitzgerald e no qual seu
companheiro se baseia para a escrita do texto.
>>> Estados Unidos: Um destino para a biblioteca pessoal de Philip Roth
O escritor
mora em Connecticut entre uma montanha de livros. Agora, estará sozinho, entre
as vozes que guardará nessa longa convivência com eles: os cerca de 4 mil
volumes vão para a Biblioteca Pública de Newark, a cidade natal de Roth. Os
livros foram doados porque, aos 83 anos e aposentado da escrita há algum tempo,
já mereciam outro destino. Catalogados, os livros servirão a pesquisadores cujo
interesse esteja em saber das leituras do autor de O Complexo de
Portnoy. Aí estão livros de J.D. Salinger, Saul Bellow, Bernard Malamud,
Franz Kafka, Bruno Schulz... referências fundamentais aos estudiosos que
busquem compreender a formação do universo ficcional de Roth.
Sexta-feira,
28/10
>>> Brasil: O
supermacho - romance moderno é o próximo título da Ubu Editora
“Fazer amor
é um ato sem importância, já que se pode repeti-lo indefinidamente” é a frase
de abertura deste romance provocador. A narrativa se passa em 1920, dezoito
anos à frente da data de publicação, o que ajuda a explicar o subtítulo romance
moderno. Irreverente, erótico, repleto de jogos de linguagem e de elementos que
o fazem flertar com a ficção científica, o livro relata a saga de um homem
capaz de realizar o ato amoroso em escala sobre-humana. O livro de Alfred Jarry
tem tradução de Paulo Leminski, posfácio do poeta mais Annie Le Brun e Giorgio
Agamben. E ilustrações de Andrés Sandoval.
>>> Brasil: O Dia
D - Dia de Drummond 2016 já tem programação
A data foi
incorporada ao calendário das celebrações culturais literárias no Brasil ainda
em 2011. O dia 31 de outubro, agora o oficial Dia Nacional da Poesia,
é dia de aniversário de Carlos Drummond de Andrade e, por isso, motivo para que
o Instituto
Moreira Salles - IMS tornasse em data especial em memória do nosso
poeta maior. Um dos destaques da data - que no Rio de Janeiro será no dia 29 de
outubro - é a leitura comentada de poemas por Luciano Rosa, às 15h30, e uma
aula de José Miguel Wisnik sobre “A máquina do Mundo”, às 17h no IMS do RJ. A
programação do evento em 2016 pode ser acessada aqui.
>>> Portugal: A obra
completa de Ricardo Reis pela primeira vez num só volume
Ricardo Reis
esteve latente na alma de Pessoa até 1914, ano em que nasceu e passou a ser o
autor de um conjunto de odes que se expandiu até 1935, quando escreveu o poema “Vivem em nós innumeros”. Dentro de Reis viveram, de fato, inúmeros: o
neoclássico antagonista do Integralismo Lusitano, o prefaciador de Caeiro, o
defensor da obra perfeita de Milton, o ensaísta interessado pela sexualidade, a
ciência e a religião, o crítico do “christismo”, o teorizador de um novo ideal
pagão, o espectador do mundo como se de um jogo de xadrez se tratasse, o
monárquico exilado, o médico semi-helenista, o poeta da fugacidade do tempo e
da aceitação calma do destino. Agora, pela primeira vez toda a poesia e prosa
de Ricardo Reis estão reunidos numa edição. Trabalho de Jerónimo Pizarro e
Jorge Uribe. O livro completa a trilogia que dá a ler, pela primeira vez, as
obras integrais de Caeiro, Campos e Reis. A edição é da Tinta da china.
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