Boletim Letras 360º #185
Ursula K. Le Guin. A escritora estadunidense entra para o seleto grupo dos que ainda em vida tiveram sua obra incluída em The Library of America |
Durante esta semana, foram essas as notícias que recolhemos em nossa página no Facebook, casa que chegou aos 45 mil amigos (isso é já uma cidade artístico-literária!). Até o final de setembro, publicaremos nossa próxima promoção em dupla celebração: aos amigos que nos chegam e ao início da passagem dos 10 anos do blog Letras.
Segunda-feira,
19/09
>>> Brasil: Depois de
sabermos da chegada de O homem sem doença, eis outras novidades sobre o holandês Arnon Grunberg
A editora Rádio Londres torna
um dos nomes mais conhecidos da literatura holandesa contemporânea mais
acessível aos brasileiros. Adquiriu os direitos de outros dois livros do escritor: O refugiado (2003) e Moedervlekken (Marca de
nascença), lançado na Holanda em maio deste ano. São livros que saem até o
final de 2017.
Terça-feira,
20/09
>>> Brasil: As
aventuras de Tintim, de Hergé, em edição fac-similar
Três edições
são publicadas agora em setembro pela Globo Livros: Tintim no
congo, Tintim na América e Os charutos do faraó.
No primeiro, o jornalista e seu cão Milu desembarcam no antigo Congo Belga, na
África, para realizar uma série de reportagens. Além de enfrentarem os perigos
da selva, os dois encaram um perigoso bandido que está tentando expandir seus
negócios de diamantes na região. No volume seguinte a dupla desembarca em
Chicago para deter os homens de Al Capone. Após descobrir o paradeiro dos
bandidos, Tintim e Milu vão parar em uma tribo de peles-vermelhas, e o encontro
com os nativos americanos não será nada amigável. Por fim, no terceiro volume
Tintim e Milu vão em busca da tumba perdida do faraó Kih-Oskh. Logo após a
descoberta, percebem que ela na verdade é uma fachada para uma sociedade
secreta de traficantes internacionais que escondem misteriosos charutos em sua
base. Para mandá-los para trás das grades, Tintim e seu companheiro precisarão
de uma boa dose de coragem e sorte. As edições fac-similares copiam as
primeiras edições das aventuras publicadas pela primeira vez em 1931 e 1932.
Quarta-feira,
21/09
>>> Estados Unidos: Ursula K. Le
Guin já figura na lista mais seleta da literatura estadunidense
Um grandes
escritor sempre espera receber algumas notícias consagradoras de sua carreira:
por exemplo, descobrir numa linda manhã de outubro que esperam sua presença na
Suécia. No caso de um escritor estadunidense, além o almejado Prêmio Nobel,
também se espera, para sua consagração, entrar para o cânone "The Library
of America", o mais próximo da imortalidade entre capas duras. A coleção
que se limita a Melville, Twain, Hawthorne e outros mortos destacados poucas
vezes esteve segura de acrescentar entre eles um romancista ainda vivo; Eudora
Welty, Saul Bellow e Philip Roth formam parte desse pouco. Agora também Ursula
K. Le Guin. A ideia original da biblioteca era começar com alguns de sues
clássicos de ficção científica. Mas ela insistiu que começasse pelas obras
menos conhecidas. "Não quero que me reduzam em ser uma escritora de ficção
científica", disse a escritora. "The Complete Orsinia de Le
Guin" foi publicado agora em setembro; é o volume 281 da coleção. E inclui
um romance pouco conhecido, Malafrena cuja narrativa é ambientada
num país centro-europeu imaginário e se compõe de treze histórias relacionadas.
O material inclui a primeira metade da carreira da escritora - desde o primeiro
conto publicado em 1961 até 1990. Le Guin tem 86 anos.
Quinta-feira,
22/09
>>> Brasil: Até o fim de
setembro, a primeira incursão de Luis Fernando Verissimo na literatura
infantil
As
gêmeas de Moscou, editado pelo selo infantil da Companhia das Letras,
fala sobre solidariedade e rivalidade entre duas irmãs. A obra foi escrita sob
encomenda da editora, mas Veríssimo diz que o convívio com a neta Lucinda,
ajudou a desenvolver a história. O livro sai com ilustrações de Rogério Coelho,
que já desenhou para infantis de Ferreira Gullar e Ruth Rocha.
>>> Brasil: Palmeirim
de Inglaterra, uma novela portuguesa sobre a cavalaria escrita por
Francisco de Moraes em 1544, ganha edição no Brasil
Para a
edição publicada pela Ateliê
Editorial, os pesquisadores Lênia Márcia Mongelli, Raúl Cesar Gouveia
Fernandes e Fernando Maués realizaram um minucioso e primoroso trabalho,
transcrevendo a partir de várias fontes para poder chegar a um resultado
fidedigno, que interferisse minimamente no estilo original – um dos pontos
altos da obra. O enredo está dividido em duas partes: a primeira trata do
nascimento e as primeiras aventuras dos irmãos gêmeos, Palmeirim e Floriano,
filhos de D. Duardos e Flérida. A segunda mostra os dois irmãos que saem pelo
mundo, realizando façanhas ao lado de companheiros e damas, até culminar na
grande batalha final entre “turcos” e “cristãos”, na qual sucumbem muitos dos
heróis cuja trajetória acompanhamos nas páginas iniciais. Feitos de guerra e
feitos de amor dão um colorido especial ao objetivo maior: a defesa da
cristandade.
Sexta-feira, 23/09
>>> Portugal: A
edição n.52 da Revista Blimunda, mensário da Fundação José Saramago, já
está online
A edição
traz conversa com os diretores do Freedom Theatre, companhia que esteve em
turnê por Portugal neste mês de setembro e que aposta que o teatro pode ser uma
alternativa para os jovens de regiões castigadas pela violência; a reportagem
assinada por Ricardo Viel investiga o milagre de haver teatro entre os
refugiados de Jenin, na Palestina. Outro destaque é sobre a Festa do Avante!
que agora em 2016 marca os 40 anos da sua primeira edição; na revista uma crônica
assinada por Sara Figueiredo Costa sobre a festa organizada pelo Partido
Comunista Português. Na seção Saramaguiana uma das primeiras críticas ao
romance O ano da morte de Ricardo Reis, livro de José Saramago que
este mês de setembro regressa às livrarias portuguesas na nova edição da Porto Editora. Escrito por
Leonor Xavier e publicado em novembro de 1984, poucas semanas depois da chegada
do romance às livrarias, o texto destaca o caráter inovador do romance ao
propor um “jogo entre o real imaginário e o imaginário real”, tendo o leitor
como parceiro. Isso e mais pode ser lido aqui.
>>> Brasil: Dos livros
para as telas do digital, uma versão pós-moderna de Iracema
Um dos
clássicos da literatura brasileira, o livro de José de Alencar, ganhou
uma versão digital para fazer parte da coleção Clássicos da literatura
brasileira em e-books. Apresentado pela Primavera Editorial, além do texto
original, o leitor tem acesso a um conjunto de perguntas de múltipla escolha e
dissertativas sobre a obra, além de link para assistir videoaulas com
explicações e comentários feitos por professores convidados. Tudo como um
recurso para melhor facilitar o acesso dos leitores à linguagem poética de
"Iracema" que sempre é tida como rebuscada e difícil. A publicação
traz recursos para tornar o entendimento mais claro por meio de uma abordagem
mais leve.
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