Boletim Letras 360º #150
2016,o ano dos 150 anos de Euclides da Cunha. Primeira marca nas celebrações é um caderno interativo sobre a vida e a obra do autor de Os sertões pelo Estadão. |
A seguir, o leitor confere as notícias de interesse do núcleo do Letras in.verso e re.verso desta semana que finda. Iniciamos esta edição do Boletim Letras 360º com a lembrança sobre o nosso projeto 01:MIN DE POESIA. As informações aos interessados em participar — é legal que todos participem e divulguem nossa iniciativa — estão disponíveis através do endereço.
Segunda-feira,
18/01
>>> Brasil: Mais peças
do desmanche da editora Cosac Naify
Já sabemos
que alguma parte do catálogo foi para a Companhia das Letras; outra servirá
para a abertura de uma nova editora comandada pelas ex-funcionárias da Cosac,
Florencia Ferrari e Elaine Ramos. E agora, segundo nota da Folha, alguns
autores vão para a Editora 34. Entre os nomes importantes está João Antônio, de quem a Cosac lançou, entre outros títulos, Contos
Reunidos. Pela nova casa deve sair um volume com reportagens literárias e
outro com ensaios sobre a música brasileira. A nota diz ainda que também vão
para a 34, entre outros, as obras de Mário Pedrosa, de quem a Cosac planejava
lançar ainda nove volumes, de Lucio Costa, cujas memórias devem ser relançadas,
e de Augusto Boal, cujo teatro reunido deve trazer peças inéditas. Do primeiro
acordo — com a Cia. — sabe-se que o romancista e tradutor Rubens Figueiredo
fechou um acordo com a nova casa e vai traduzir alguns clássicos russos que
estavam na Cosac Naify. Em breve, Guerra e paz e outros livros de Liev
Tolstói sairão pelo selo Penguin.
Terça-feira,
19/01
>>> Brasil: A obra de
Ferreira Gullar está em nova casa editorial
Depois de
longos anos publicado pela José Olympio — editora que em 2015 apresentou um
volume com a obra completa do poeta —, Gullar passará a ser editado, já a
partir desse ano pela Companhia das Letras. A reedição dos dezessete títulos da
sua bibliografia começa pela apresentação de um volume especial de "Poema
sujo", que completa 40 anos de sua primeira publicação.
Quarta-feira,
20/01
>>> Estados Unidos: Roteiro
inédito apresenta um Orson Welles que caçoa do “entusiasmo machista” e da visão
sobre a Espanha que tinha o “às vezes amigo” Ernest Hemingway.
“Crazy
Weather” (Tempo louco) foi encontrado na Universidade de Michigan por Matthew
Asprey Gear. O texto foi concluído em 1973 com a companheira de Welles, Oja
Kodar e se inspira diretamente no autor de “O velho e o mar” para construção de
uma personagem chamada Jim Foster, que viaja com sua mulher para ver uma corrida
de touros. No itinerário conhecem um jovem espanhol que ataca Foster por seu
machismo e misoginia enquanto flerta com sua mulher. É o comentário muito claro
sobre a superficialidade com que os estadunidenses tratam a cultura espanhola
que leva a compreensão do professor de que o autor se refere exclusivamente a
Hemingway. O texto foi concebido durante o período em que o cineasta passou em
Espanha rodando o inacabado Dom Quixote, mesma época em que inicia um debate
em favor dos animais e um pouco depois de quando preparou o documentário “The
spanhish earth” escrito por John Dos Passos e Ernest Hemingway.
>>> Portugal: Como
gostamos de acompanhar todos os meses desde seu primeiro número, aí está aos
leitores a ed. 44 da Blimunda,
mensário da Fundação José
Saramago
A revista
trata da influência das novas tecnologias sobre o acesso aos bens culturais e
informativos a partir da consulta a jornais do Brasil, Espanha e Portugal;
destaca a mostra dedicada a Ruy Duarte de Carvalho, escritor, cineasta e
antropólogo nascido em Angola em 1941 (e falecido em 2010), e conversou com Marta
Lança, investigadora em Estudos Artísticos e uma das responsáveis pela
curadoria da exposição patente na Galeria Quadrum, em Lisboa. Na Saramaguiana,
duas pesquisadoras da Universidade de Évora, Aline Ferreira e Helena Ferreira,
propõem uma leitura de "O Anjo", quadro de Paula Rego, como Blimunda,
personagem de José Saramago do romance Memorial do convento. Como de costume, tudo ao alcance de um clique aqui.
>>> Brasil: Material
apresenta algumas peças sobre a vida e a obra de Euclides da Cunha
2016
assinala os 150 anos do nascimento do autor de Os sertões. O jornal
Estadão, para o qual Euclides escreveu sobre sua estadia no interior do Brasil,
de onde sairia sua obra mestra, relembra a vida e obra do escritor com um caderno
que leva o leitor à uma visão de detalhes sobre sua vida e sua obra. Entre as
reportagens estão: uma matéria sobre os telegramas que Euclides enviava ao
jornal; outra sobre a história pessoal do autor; e uma matéria que trata da
Canudos atual e seus problemas com a seca e a miséria. Além delas, também há
uma reportagem sobre outros projetos de Euclides que foram interrompidos devido
à sua morte, como uma obra que traria o mundo desconhecido da Amazônia às
claras.
Quinta-feira,
21/01
>>> Brasil:Mais
Macunaíma, de Mário de Andrade
Em 2015, falamos aqui sobre a nova edição preparada pela Nova Fronteira: com
capa dura, apresentação de Telê Ancona Lopez e Tatiana Longo Figueiredo,
responsáveis pelo estabelecimento do texto, e caderno de fotos. Quem for à
livraria neste mês de fevereiro, quando a obra já está em domínio público,
encontrará outra edição da famosa obra do escritor; esta editada pelo selo
Penguin-Companhia das Letras. O texto é o mesmo fixado pelas pesquisadoras do
Instituto de Estudos Brasileiros (IEB); mas o livro traz um prefácio de Simone
Rossinetti Rufinoni, texto de Sérgio Buarque de Hollanda e uma carta para
Carlos Drummond de Andrade, com notas do poeta.
Sexta-feira,
22/01
>>> Espanha: Os leitores
de língua espanhola ganham uma edição com textos da primeira lavra do Prêmio
Nobel de Literatura Camilo José Cela
"Para escrever bastava ter algo para dizer" — escreveu Cela. Sua
obra em prosa teve o êxito merecido, mas nasceu da persistência de quando jovem
escrevia ora para o sustento ora para experimentar-se na criação de um estilo
próprio. "La forja de un escritor" é um antologia publicada pela
Fundação Banco Santander que recolhe cinquenta textos escritos pelo Nobel entre
os anos 1943 e 1952. Organizada pelo professor de Filologia da Universidade de
Barcelona Adolfo Sotelo o material sai de um conjunto de cerca de 600 artigos
publicados em diversos jornais.
>>> Brasil: Uma nova
edição para O morro dos ventos uivantes
O romance mais conhecido de Emily Brontë foi publicado em 1847. Antecipando o
fechamento dos 170 anos da primeira edição, a editora Zahar traz uma nova
tradução da obra que será integrada à coleção Clássicos Da Zahar.
O trabalho de reapresentação da obra em português é de Adriana Lisboa. O livro
tem prefácio de Rodrigo Lacerda e é comentado por Bruno Gambarotto.
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