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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Boletim Letras 360º #151

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Ilustração de Walter Crane para edição de 1874 de "A Bela e a Fera". Um estudo de universidades de Inglaterra e Portugal comprovam que o conto está entre uma das mais antigas formas de narrativa de que se tem notícia. Mais detalhes ao longo deste boletim.  No dia 1º de fevereiro retomamos nossas atividades! Ao ritmo de uma postagem por dia. Em nossa página no Facebook o ritmo de publicações também será normalizado apesar de que, a partir de agora, o trabalho de cuidado da rede, voltará a ser restrito a duas mãos. Recebemos o contato de desligamento de Gilberto Tavares quem durante esses dois últimos anos trabalhou incansavelmente na divulgação do blog e na criação de conteúdos, como os banners e as imagens aí publicadas. A construção e divulgação das notícias sempre foi tarefa de Pedro Fernandes, mentor, editor e quem escreve esta nota e continuará acontecendo. A saída dessas duas mãos poderá fazer com que o fôlego de antes não seja mais mantido. Veremos. Mas, por or

A garota dinamarquesa, de Tom Hooper

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Por Pedro Fernandes Há algum tempo, numa das notas sobre filmes, escrevi uma observação um tanto óbvia até mesmo para espectadores comuns como eu que o melhor ator não é aquele que falseia o visual entre o truque de ganhar ou perder peso, como tem sido moda corrente, para citar um exemplo, mas abandona o que há de pessoal e torna existente o ser ficcional. Das produções mais recentes, de algumas que consigo me reportar agora, fiquei com essa impressão depois de ver O discurso do rei , O jogo da imitação , A travessia e A garota dinamarquesa . Neste último, o motivo dessas notas, Eddie Redmayne, que já havia demonstrado ter o talento natural de se camuflar noutras figuras em A teoria de tudo , outro título que é possível de acrescentar entre esses poucos que a memória me traz nesta ocasião, incorpora outra figura histórica, a da dinamarquesa Lili Elbe, que nasceu Einar Wegener, e que foi uma das primeiras na história médica a submeter-se a uma cirurgia para correção de s

Carol, de Todd Haynes

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Por Pedro Fernandes Romper a estereotipia. Primeiro da visão rasa alimentada pela crítica repetitiva de que Patricia Highsmith só escreveu suspense e romances com certa inclinação para o policialesco. Segundo da visão sobre a sexualidade; esta nascida não pelo filme de Todd Haynes, que achou de adaptar o título da escritora estadunidense para o cinema, mas pelo papel desempenhado pela obra quando da sua publicação nos anos 1950; o romance foi o segundo da escritora e sofreu retaliação por parte da editora que primeiro publicou sua obra por se desviar do gênero com o qual estreou e, claro, pelo conteúdo.  No livro, Therese Belivet, num dia de movimentada clientela na loja de brinquedos onde trabalha, se vê hipnotizada pela “alta e clara, com um longo corpo elegante dentro do casaco de pele folgado”* que lhe aborda, depois de perceber certo interesse no olhar da vendedora em saber de um presente para a filha (essa cena é reproduzida pela narrativa cinematográfica); mas Car

Quatro soldados, de Samir Machado de Machado

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Por Pedro Fernandes Há muitos elementos capazes de atrair um apaixonado por livros que não o peso do nome do autor, isto é, aquele que é conhecido de quase todo mundo ainda que seja por um ouvir falar e a publicidade em torno da obra, para citar um dos elementos mais utilizado desde sempre pelo mercado editorial na promoção de determinado trabalho de um escritor. No meu caso, não é a primeira e nem será a última vez que volto a falar sobre, há obras que me chegaram pelo acaso quando nas visitas a bibliotecas – houve um tempo que as frequentei com bastante costume – e nas visitas às livrarias, naqueles passeios despretensiosos ou cuja pretensão é unicamente sentir a companhia dos livros, perceber quão maiores do que nós se tornam quando reunidos em grande grupo ou reconhecer nossa incapacidade ante esse mundo de tinta e papel que é o nosso e é outro ao mesmo tempo. Foi assim que encontrei com Quatro soldados , de Samir Machado de Machado, e toda a narrativa sobre esse en

Boletim Letras 360º #150

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2016,o ano dos 150 anos de Euclides da Cunha. Primeira marca nas celebrações é um caderno interativo sobre a vida e a obra do autor de Os sertões  pelo Estadão . A seguir, o leitor confere as notícias de interesse do núcleo do Letras in.verso e re.verso desta semana que finda. Iniciamos esta edição do Boletim Letras 360º com a lembrança sobre o nosso projeto 01:MIN DE POESIA. As informações aos interessados em participar — é legal que todos participem e divulguem nossa iniciativa — estão disponíveis através do endereço . Segunda-feira, 18/01 >>> Brasil: Mais peças do desmanche da editora Cosac Naify Já sabemos que alguma parte do catálogo foi para a Companhia das Letras; outra servirá para a abertura de uma nova editora comandada pelas ex-funcionárias da Cosac, Florencia Ferrari e Elaine Ramos. E agora, segundo nota da Folha, alguns autores vão para a Editora 34. Entre os nomes importantes está João Antônio, de quem a Cosac lançou, entre outros títulos,

Outros dez filmes que contam sobre a vida de escritores

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Em dezembro de 2009 (ver o final da post) copiamos uma lista com onze filmes sobre a vida, ou algum aspecto da vida, de escritores; no ano seguinte, refizemos este trajeto com a indicação de mais dez títulos. E, longe de esgotar esse itinerário – porque há sempre produções do gênero a caminho e outras sobre as quais não temos acesso – resolvemos ampliar essas indicações, agora, com mais outros dez títulos: Flores raras , 2013. O filme Bruno Barreto esteve em cartaz em muitas salas brasileiras com uma receptividade da crítica e dos espectadores muito positiva. Também pudera! O cineasta produziu uma peça de rara beleza da nossa cinematografia. Baseado no livro Flores raras e banalíssimas , de Carmen L. Oliveira, sua narrativa remonta a temporada de quando a poeta estadunidense Elizabeth Bishop viveu no Brasil – talvez uma das fases mais intensas de sua vida se repararmos na sua obra – e o seu intenso romance com a arquiteta Lota de Macedo Soares. Era esse também um dos pe

As sufragistas, de Sara Gavron

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Por Pedro Fernandes “Não se nasce mulher torna-se mulher”. A frase de Simone de Beauvoir casou, entre desavisados e machistas, uma celeuma de proporções vergonhosas nas redes sociais quando apareceu num excerto de uma das questões do Exame Nacional do Ensino Médio no Brasil. As opiniões desse grupo nenhum pouco discutíveis porque execráveis é um sinal de que a história ainda é recente e certas lutas ainda não foram de um todo vencidas (possivelmente nunca serão porque estamos muito longe de uma civilização ideal e há outras pautas em favor do bem-estar coletivo que sofrem diariamente golpes de retrocesso); certos direitos ainda estão na cartilha dos desafios constante para muitos. Mesmo o embate iniciado em eventos como o desse grupo de mulheres operárias que comandam um levante na puritana Inglaterra de início do século XX. Os discursos rasos contra o excerto de O segundo sexo na prova do Enem e os xingamentos públicos voltados para o desmerecimento não da incompetência pol

Maria do Monte: o romance inédito de Jorge Amado, de Carlos Emílio Corrêa Lima

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Por Pedro Fernandes Escrever é multiplicar o sentido das coisas. Desestabilizar fronteiras: fazer o real aparente e o aparente real enquanto o mundo manifestado pela linguagem não é mais nem real nem aparente mas outro mundo, o reino da palavra. Esse é o sentido primordial da poética; a premissa não subvertida da mimesis aristotélica. O criador de formas tem entre o mundo por ele habitado e o mundo sempre selvagem da imaginação seu lugar de périplo. E, mede-se sempre o valor de sua criação pela maneira ciente com que desconstrói aquilo que foi condicionado como algo estabelecido e única forma de ser. É evidente que essas considerações não se referem à maior parte das criações literárias, sobretudo, as designadas como prosa. A necessidade da verdade do narrado impôs ao romancista, por exemplo, um afastamento do tom às vezes fantasioso ou fantástico, para uma aproximação com a realidade vivida de maneira que o romance terá se convertido quase na sua fotografia, por ve

Boletim Letras 360º #149

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Milton Hatoum. O esperado romance do escritor deve sair agora em 2016. Temos já uma data de retorno! Embora nossas férias sejam só um breve recesso pontuado por uma ou outra presença no blog durante a semana e, claro, uma lentidão com as postagens nas redes sociais, mas tudo no ponto em que não dá nem para deixar saudades aos leitores, queremos dizer que voltaremos ao ritmo de sempre breve: na primeira semana de fevereiro. A seguir as notícias publicadas durante a semana em nossa página no Facebook.  Segunda-feira, 11/01 >>> Brasil: Um Choderlos de Laclos para chamar de seu Em parte pelo frenesi da adaptação da obra pela TV Globo, as livrarias recebem pelo três diferentes edições da obra francesa. Em 2013, a Biblioteca Azul reeditou a já clássica tradução feita por Carlos Drummond de Andrade há muito fora de catálogo: foi o poeta quem apresentou a obra ao público brasileiro em 1947. A edição preserva ainda o texto de prefácio escritor por Drummond. Um