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A importância da “palavra” e do “silêncio” em Eugénio de Andrade

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Por Maria Vaz A poesia é feita de palavras e dizer isto pode parecer uma falaciosa queda em algo evidente e simplório. Não obstante, as palavras nascem em campos férteis em que a imaginação impera ou em que a memória se impõe. E tantas vezes germinam no cantinho mais luminoso ou obscuro que possuímos invisivelmente: nesse campo energético que transcende a aparência. Quantas vezes sentimos sem racionalizar e quando percebemos, já dissemos o que talvez preferíssemos ocultar? Paradoxalmente, muitas vezes, é a consciência da razão que, talvez por medo (esse limitador existencial), nos inibe de dizer aquilo que, secretamente, colore ou importuna de desejo ou rejeição o nosso encontro com outras psiques. Não obstante, nem tudo é construído de razão e os poetas têm essa fome de algo que os transcende, enquanto materializam palavras, enquanto símbolos de poder articulados em exterioridades linguísticas, em uma folha em branco. Mas nem tudo é linear: não há uma linha invisível a