Allen Ginsberg e o Flower Power
Por Julián Ruiz No final dos anos 1950, São Francisco era já a ponta do iceberg de uma contracultura que nascia do próprio cansaço capitalista. Naqueles dias já era a capital beatnik, graças ao magnifico clube chamado Bid Daddy, onde o Kingston Trio gravou seu revolucionário disco do ano 1958. Se converteu em Best-Seller da incipiente esquerda californiana. São Francisco era a nova meca do protesto. A região do Haight-Ashbury, ao leste do Golden Gate, que havia servido de refúgio dos terremotos de começo do século, se converteu na raiz dos grupos mais revolucionários. Intelectuais, pacifistas, que utilizavam uma nova espécie de teatro de protesto, com light-shows insólitos e bailarinas com os seios de fora. O onírico sentido da liberdade flutuava com a neve da baía. O 16 de outubro de 1965, quando começava a cimentar-se a revolução, quase 5 mil pessoas marcharam desde a Universidade de Berkley à região do aeroporto em Oakland, onde havia um posto do comando militar