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Mostrando postagens de novembro 30, 2015

À esquerda de si mesmo

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Por Manuel Hidalgo Arthur Miller (1935-2005) se fez pelo paradigma do intelectual estadunidense de esquerda. Seu êxito como criador, seu compromisso político e sua relação com Marilyn Monroe o dotaram de uma grande projeção pública. Alto, esbelto, atraente, de ampla fronte, com óculos de pensador e, frequentemente, cachimbo entre os lábios, ele forjou uma imagem midiática que o tempo atenuou, mas não conseguiu dissolver. Nova-iorquino, com infância entre Manhattan e Brooklyn, estudou jornalismo na universidade de Michigan. Filho de imigrantes judeus e poloneses, manteve certa militância no judaísmo laico, apoiando a criação do estado de Israel e denunciando o antissemitismo, notoriamente em seu romance Foco (1945). Todos eram meus filhos (1947) foi, entre as várias criações, seu primeiro triunfo como dramaturgo na Broadway. De Ibsen a O’Neill, a obra transparecia suas influências realistas e a herança do Group Theatre, que Miller caracterizaria substancialment