Galveias, de José Luís Peixoto
Por Pedro Fernandes Este romance de José Luís Peixoto é um rico painel de um Portugal profundo; aquele que se calhar só resiste – não com todas as cores – em Galveias. Este título é muito sugestivo, visto ser mais comum o leitor encontrar romances cujo nome é de uma personagem relevante para a narrativa e não o nome de um lugar; constatação esta que só nos faz concordar com uma linha de raciocínio: o espaço, não o único onde transcorre as ações das narrativas que enformam o romance, é a personagem principal. Não é o espaço único onde se passam as ações porque o escritor, mesmo embebido de certa verve realista e mesmo buscando desenhar figuras que são personagens de Galveias, acompanha aquelas que já ganharam as fronteiras fora da freguesia ou estão em trânsito pelas redondezas ou aí chegaram para firmar moradia, como é o caso da brasileira Isabelle, mineira emigrada para Portugal pela relação construída com uma portuguesa que lhe fez cair no mundo dos negócios com o co