O erótico que está em nós
Por Pedro Fernandes Eliane Robert Moraes, organizadora da edição Antologia da poesia erótica brasileira Quando se fala em poesia erótica brasileira, o leitor deverá logo se lembrar de peças da poeta Hilda Hilst e da obra de Carlos Drummond de Andrade que casou certo reboliço na cena literária nacional quando publicada, O amor natural , livro que veio a lume em 1992, cinco anos depois da morte do poeta. Mas, o fato é que, de maneira diversa, toda obra poética terá, em alguma ocasião flertado com esse mistério que está numa dimensão mais acentuada da relação amorosa. O que tanto espanta é um enrubescimento do leitor, ou a censura desbragada praticada sobre textos dessa natureza, sobretudo, numa sociedade que se diz tão aberta para os desígnios do corpo ou mesmo uma sociedade que canta a plenos pulmões as letras malfeitas da música chula que reafirmam o poder do homem sobre a mulher ou rebaixa esta ao limite de objeto de disputa, coisa a ser usada ou movida à rédea cu