A travessia, de Robert Zemeckis
Por Pedro Fernandes É possível que, tal como o feito de Philippe Petit, num futuro não muito distante, A travessia não seja capaz de levar o espectador a contorcer-se ante a façanha de atravessar o intervalo de pouco mais de 40 metros entre as antigas torres do Word Trade Center a 417 metros do chão. Esse apelo é uma forma de dizer que esta produção figura entre os filmes cujo valor da imagem só é possível de ser alcançado pelo espectador através do cinema 3D. O filme chega na ocasião quando se passam quarenta anos desse acontecimento inscrito na história recente dos recordes e teve como base para o seu roteiro a biografia desse feito escrita pelo seu próprio autor, Creativity: the perfec crime . Não é a primeira leitura para o cinema; antes, já circulou um documentário e eis aí uma das razões para o fato de esse tom mais realista (no sentido histórico) ser dispensado por Robert Zemeckis. Este feito (o filme), tal como o do artista francês foi no seu tempo, deve ser su