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Mostrando postagens de outubro 15, 2015

O livro das semelhanças, de Ana Martins Marques

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Por Pedro Fernandes Ana Martins Marques. Foto: Rodrigo Valente Qual a pátria de um poeta? Pablo Neruda elegeu Isla Negra; João Cabral de Melo Neto, Sevilha; Carlos Drummond de Andrade, Itabira; Manoel de Barros, o Pantanal sul-mato-grossense; Dora Ferreira da Silva e Sophia de Mello Breyner Andresen, a Grécia; e os exemplos se prolongariam quase ao infinito. É evidente que aquilo que esses poetas criaram está além do ponto no mapa. Os lugares constituem, para sua poesia, numa outra geografia: a de fornecer temas, formas e obsessões de sua poesia, o de permitir ao poeta olhar para o mundo. Esses lugares são agora uma nebulosa através da qual cintilam seus poemas. A capacidade do grande poeta é remontar com a diversidade de materiais sugeridos pela sua pátria sua poesia que, por diversa e heterogênea que seja, é um só poema, é uma só obsessão. Pode então um gesto de poético se constituir sem esse lugar? Pode então um poeta ser sem pátria? Na poesia contemporânea, essa qu