Memórias de Aldenham House, de Antonio Callado
Por Pedro Fernandes Este é um romance que coroa a obra de Antonio Callado. A afirmativa não é minha; nem é gratuita. É recorrente nas apresentações sobre Memórias de Aldenham House e justamente por isso deve ter nascido no interior de uma conjuntura na qual tenha sido considerada a leitura integral da obra do escritor. E há uma série de características presentes neste romance que acompanha aquilo que a crítica define acerca de sua literatura, sobretudo a pujança de uma cultura letrada, o forte interesse por colocar em pauta uma preocupação com o Brasil e a América Latina, ser um romance-denúncia ou crítica sobre a cultura e a organização desses grupos de nações solapadas pelo extenso processo de colonização europeia. O livro publicado em 1989 foi o último romance de Antonio Callado que terá ficado reconhecido pelo grandioso Quarup (1967); aqui, o romancista volta a um dos períodos mais conturbados da nossa história: a Ditadura de Getúlio Vargas, a ditadura paraguaia