Steinbeck e a rua das ilusões perdidas
Por Maria Vaz Confesso que me encontro deslumbrada pela miscigenação cultural e pela divulgação de ‘cultura’ em pequenos nadas escondidos no quotidiano de uma cidade que não dorme: São Paulo estranha-se mas não tarda a entranhar-se pela diversidade, pela novidade eterna, pela oferta e pelas surpresas culturais, acessíveis a todos que por aqui passam. Foi assim – num misto de surpresa com felicidade literária –, que sorri, por exemplo, enquanto comprava um livro novinho, por dois reais, na Estação de metrô da Sé; foi assim que me perdi na variedade de livros de histórias que fizeram parte de outras histórias, desta vez, reais; foi assim que fui introduzida no mundo fascinante dos “sebos” desta cidade. Destarte, perdida num dos muitos sebos daquela cidade, polvilhados por poeiras de outros tempos, cruzei-me com Steinbeck, enquanto fui deambulando mentalmente pela sua “rua das ilusões perdidas”. A verdade é que nunca antes lera Steinbeck: como pode uma amante da liter