Um romance sobre o romance de Fernando Pessoa com Ofélia Queiroz e outros títulos que têm o escritor português como personagem
Esperou que todos do escritório fossem embora; esperou que ela colocasse o casaco e, perturbado, se dirigiu à porta. Ali, sobre o batente, Pessoa se acomodou e a beijou ardentemente, como nunca havia beijado uma mulher. Como nunca beijou outra mulher. Aquela noite de 24 de janeiro de 1920 ficou gravada na memória de Ofélia, mas não tanto na de Fernando. Ela tinha 19, ele 32: “Fiquei doido, fiquei tonto... / Meus beijos foram sem conto, / Apertei-a contra mim, / Aconcheguei-a em meus braços, / Embriaguei-me de abraços... / Fiquei tonto e foi assim...”, escreveu o poeta. Paixão, inquietação e desassossego, muito desassossego, são os ingredientes com os quais Luis Morales escreve Um amor como este , romance que recria um dos grandes casos de amor mal resolvido do mundo literário no século XX do mundo literário: o de Fernando Pessoa com Ofélia Queiroz, a única mulher na vida do atormentado gênio português. Não há nada de novo no material que serviu de base a Morale