Kalahari, de Luís Serguilha
Por Ana Maria Oliveira O poeta Luís Serguilha Kalahari é o desnudar do homem que desperta para um mundo simultâneo de conhecimento científico, matemático e mitológico, em que todos os seres vibram em ligamentos de metamorfose. O mundo cósmico é dinâmico mesmo quando apresentado em estáticas figuras geométricas. A transmutação das formas passa a ser a lei incontornável e incontrolável, pois o ser é aparência. O mundo acontece como devir. O livro expressa na sua criação um "tratado de estética" labiríntico como a vida, sendo universal e intemporal. Um livro a ter em conta para o estudo da poesia contemporânea portuguesa. Explora um tema filosófico com vários tentáculos, como o cosmos aliás. Uma perspetiva aberta sobre o exterior em que tudo se conecta como líquido que escorre e se mistura sobre tudo e com tudo, incluindo o eu pensante. O leitor mais sensível e intuitivo sente o desdobramento, deslizamento, as conexões, os entrelaçamentos. Não é elaborada u