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O escritor está nu: as últimas palavras de Julio Cortázar

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Julio Cortázar em Buenos Aires, Argentina, 1973 (detalhe) Cortázar sentiu muito a indiferença externada pela cena cultural e pelos que compunham o poder oficial quando voltou ao seu país natal em dezembro de 1983. Depois de tantos anos de exílio e já reconhecido ao redor do mundo, esperava outra recepção. A verdade é que, referindo-se ao grupo do poder, um presidente como Raúl Alfonsín – e esse mal das autoridades públicas é coisa de toda a parte do globo – não se dava conta sobre a importância do escritor. Sequer foi recebê-lo. O que lhe salvou da indiferença foram as ruas; os leitores saíram de casa para ir conhecer de perto o filho ilustre. Não pródigo, como certamente terão pensado os do poder. Houve mulheres que levaram flores; houve quem levou livros em busca de autógrafo, livros que às vezes nem eram seus. A recepção do público deve ter-lhe produzido uma sensação de estar em casa. Omar Prego Gadea – escritor uruguaio e jornalista – não estava entre esses leito