Um outro amor, de Karl Ove Knausgård
Por Pedro Fernandes “Pela primeira vez em toda a minha vida me senti totalmente feliz. Pela primeira vez em toda a minha vida não havia nada que pudesse obscurecer a alegria que eu sentia. Estávamos juntos o tempo inteiro, nos abraçávamos de repente onde quer que fosse, nos semáforos, por cima das mesas dos restaurantes, nos ônibus, nos parques, não havia nenhuma exigência e nenhuma vontade que não fosse a presença do outro. Eu me sentia totalmente livre, mas apenas quando estava com ela, no instante em que nos separávamos eu começava a sentir saudade. Era estranho, aquelas forças eram muito intensas e muito boas.” O trecho sublinhado está longe de ser o melhor do segundo volume da série Minha Luta, do norueguês Karl Ove Knausgård, mas é, possivelmente o que reúne as condições para justificar o título, ao menos na edição brasileira ( Um outro amor ) e para justificar o paradoxo que tem sido para um leitor que tem tentado envolver-se com uma literatura de cunho mais pro