A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho, de Mário de Carvalho
Por Pedro Belo Clara Caso alguma mão, obedecendo aos intentos duma mente curiosa ou simplesmente dada à elaboração de esquemas, decidisse concretizar uma lista que visasse os, digamos, cinquenta livros mais populares do século XX português (e com isto pretendemos referir as obras assinadas por autores lusitanos), não seria grande escândalo encontrar, dentre todas, a epígrafe do trabalho que agora apresentaremos. É certo que Um Deus passeando pela brisa da tarde destacar-se-á como a obra de proa da carreira deste autor em particular, não só pelos prémios que amealhou (em especial o Pégaso, distinção de nível internacional) como pelas diversas traduções de que foi alvo – não obstante, claro, as reedições (óbvias) que se verificaram. Por tudo isso, dir-se-á que tal trabalho, de 1994, contribuiu para a expansão definitiva da obra do autor, já que sobre o enorme talento de Mário de Carvalho ninguém possuiria grandes dúvidas. Pelo menos, no panorama nacional. A obra de estr