O estado do bosque, de José Tolentino Mendonça (Parte II)
Por Pedro Belo Clara Cena de "O estado do bosque", teatro do Bairro Alto. Foto:Luís Santos A terceira cena do trabalho que temos vindo a discutir, nomeada de O diálogo do poço , garante pela primeira vez a participação de três personagens. Trata-se, em suma, de uma espécie de preparação metafísica para a viagem que Peter e Jacob, com o auxílio de John Wolf, o guia, estão prestes a realizar. À medida que vamos avançando na peça, a inevitabilidade do bosque, tão desejado mas tão secretamente temido, torna-se uma evidência cada vez mais clara. Denota-se, por isso, um clima de leve tensão, uma espécie de anunciação, iminente, de algo que ninguém sabe ao certo o que possa vir a ser, típica em momentos de cariz iniciático ou preludial. Encontramo-nos, portanto, diante de uma hora embrionária, donde irrompe o tempo em que o cultivar dessa virtude tão em desuso nos dias de hoje, a paciência, assume uma relevância fulcral. Peter: Que preparação é essa? O que é que n