Grandes miudezas a Manoel de Barros
Por Pedro Fernandes Poucos poetas brasileiros terão alcançado entre os leitores a singularidade que Manoel de Barros alcançou, ainda que seja acusado de permanência no mesmo, sobretudo, na ocasião em que se esperou dele a tomada de outro impulso mesmo no seu pequeno universo de miudezas e não tomou. Certamente por escolha própria e sobre essas decisões pessoais não se deve dizer nada mais e acatá-las como um senso do poeta. Cada escritor, a certa altura, mede o já-feito e, mesmo que não tenha para si nenhum projeto literário, faz uma tomada de escolhas que já a própria obra lhe delega. Há na construção de sua obra uma coisa cara aos poetas de hoje e cara para outros nomes de seu tempo. Penso na poética de Thiago de Mello, por exemplo. Esbocemos o mal para depois dizer a estratégia adquirida pelo poeta pantaneiro. É que movido pelo excesso da aparição midiática, por uma necessidade de ser a todo tempo lembrado, por uma ambição sempre capaz de desatinar qualquer obra ou po