Herberto Helder
Herberto Helder num dos últimos registros fotográficos. Alberto Cunha Herberto Helder construiu ousadamente aquilo que mais rareia na literatura contemporânea. Fora toda exposição imposta pela mídia e todo apelo também imposto pelo mercado em torno do escritor fazer um nome e uma obra – ou por que não construir-se como mito. Provou a todos que ser escritor não é (e nunca foi) ser uma estrela do show business, que um escritor não pode estar submisso aos afagos do ego. No fim da sua vida pode ser que a estratégia tenha caído nas graças do capital que via na reclusão do poeta uma possibilidade de trabalhar em torno da valoração da sua obra a partir da inacessibilidade e com isso tenha se exagerado ao limite de transformar sua opção fora do estrelato em produto. A morte sem mestre – seu último livro – prova isso. Não estamos diante de uma poesia de excelência como a já praticada em títulos anteriores, mas o merchandising da tiragem limitada somada a uma aparição nã