A questão é esta, não há outra: Gonçalo M. Tavares e a tragédia da sobrevivência
Por Alfredo Monte «Os acontecimentos que o céu nos proporciona manifestam-se sob as mais diversas formas; e muita coisa acontece, para além de nossos temores e suposições; muita vez o que se espera, nunca sucede; e o que nos assombra, realiza-se com a ajuda dos deuses» (Eurípides, “Alceste”) «Não se trata já de intervir no destino, esse sentido abstrato para onde antigamente [caminhavam as coisas (como se fosse um plano inclinadíssimo). Trata-se, sim, de algo bem mais concreto [e ofensivo: uma tentativa de intromissão no normal [funcionamento dos órgãos humanos (...) Que intervenham no vago destino mas não [em vísceras vivas... » Gonçalo M. Tavares, Os velhos também querem viver Era de se esperar que um autor tão prolífico como Gonçalo M. Tavares mostrasse sinais de arrefecimento. No entanto, Os velhos também querem viver (Editora Foz) prova que sua inventividade cont