Quando Gabriel García Márquez aprendeu a escrever
Por Winston Manrque Sabogal “O coronel destampou a garrafa de café e comprovou que não havia mais de uma xícara...”. “Muitos anos depois, frente ao pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que...”. O universo literário de Gabriel García Márquez se constrói na caribenha Arataca, quando vive sua primeira infância com seus avós maternos: Tranquilina Iguarán Cotes e Nicolás Ricardo Márquez Mejía. Ambos o envolveram com as narrações de suas histórias. Ela contribuiu com a imaginação com seus relatos de defuntos, fantasmas e mistérios do além e de cá; e ele, velho coronel aposentado, com o pragmatismo e o raciocínio com suas recordações da Guerra dos Mil Dias e as batalhas da vida diária. E em casa encontrou, também, o livro que definiria seu futuro como escritor: um dicionário que foi presente do avô e que o menino leu como se um romance, “em ordem alfabética e sem entendê-lo”. Naquela casa colombiana, sob sóis incle