Meu encontro com José Saramago
Por Pedro Fernandes Somos muitos. E talvez aquilo de que somos feitos compreenda, então, o princípio dessa diversidade: as opiniões que temos; a alimentação que preferimos; as roupas que consideramos melhor nos servir; as músicas, os filmes, os livros. Somos ideias e objetos. E por isso, os livros, quando nos tornamos um leitor assíduo, são, muito provavelmente, a melhor matéria de nossa forma heterogênea. Por duas razões. Uma, por sua heterogeneidade. Depois por ser objeto de ideias. Sinceramente não lembro – e fiz as buscas que fiz para conseguir lembrar quem disse, mas sem sucesso – quem disse que o bom livro é aquele que nos instiga a conhecer pessoalmente quem o escreveu. Quem disse talvez estivesse noutra posição de ser-leitor, muito diferente da minha quando tive contato com a obra de José Saramago. Já muito tenho contado essa história e devo, enquanto viver e sempre que necessário, como em ocasiões dessa natureza, repeti-la. É uma história que sempre vem numa e