Octavio Paz nas mãos da censura
Octavio Paz aos 23 anos. Os funcionários da Direção Geral de Propaganda e da Direção Geral de Cultura Popular do Ministério de Informação e Turismo que se ocupavam de revisar (leia-se censurar) tudo o que era publicado na Espanha durante a Ditadura de Franco, aguçavam os olhares, sublinhavam, riscavam e, ao fim de sua leitura, respondiam ao mesmo formulário: “Ataca ao dogma? À moral? À Igreja ou aos seus Ministérios? Ao Regime e às suas instituições? Às pessoas que colaboram ou colaboraram com o Regime? As passagens censuráveis qualificam o conteúdo da obra?”. Um dos grandes afetados por aquelas perguntas foi o escritor mexicano Octavio Paz. Em julho de 1950, a companhia Editora e Distribuidora Hispano-americana S. A (EDHASA) solicitou a permissão para distribuir 200 exemplares de Liberdade sob palavra de Octavio Paz já publicado no México. O livro foi enviado a dois censores. O primeiro, Pedro de Lorenzo, disse em seu informe que em seis páginas havia “frases ou expressões